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Já falamos que o
Espírito, quando no mundo espiritual, antes de reencarnar, passa por muitos estágios
de aprendizado e de experiências, e sendo assim, como pode haver cépticos? Essa,
a pergunta de muitos. Acontece que a carne envolve a alma e faz com que ela
esqueça as lições recebidas. Certamente que a consciência derrama avisos
constantes na mente ativa, no entanto, esta somente os registra com mais
intensidade, de acordo com a evolução e com o interesse que tenha a alma, nos
caminhos que escolheu para percorrer.
As almas
endurecidas, que falam de materialismo e que se desvinculam das escolas espiritualistas,
achando que é perda de tempo, o fazem mais para tomar atitude contrária aos outros,
aos quais chamam de fanáticos. Porém, com o tempo, esses Espíritos vão
acordando, pela força do próprio progresso, e não têm outro caminho que não
seja acreditar em uma força soberana, que a tudo dirige com a mais ampla
inteligência.
Como negar a Deus,
seja qual o nome que se Lhe queira dar, diante de tantos fenômenos que a
natureza expõe para as vistas humanas e espirituais? Já meditaste na harmonia
dos mundos, na fertilidade da Terra, na simplicidade das águas, sem as quais
não haveria vida entre os povos? O que dizer do valor do ar, da função da
eletricidade no mundo, do nascimento de uma criança, da grandeza nos mares, da
maravilha que é o corpo físico? Eis uma porta aberta para outras deduções. A
própria ciência, que é céptica hoje, começa a estudar pontos pelos quais deverá
encontrar o Espírito.
O progresso,
fato irreversível em todas as sociedades, é portador dessas descobertas, na função
divina de fazer o filho pródigo voltar à casa paterna. Que queres mais? Deus,
apesar de se encontrar fora de nós, o Seu amor é tanto que se acha dentro da
nossa consciência por processos que ainda ignoras, mas que o mesmo progresso
irá te dar meios de descobrir. Quando chegar esse dia, compartilharás
da festa de luz nos arraiais do teu coração. Os que,sustentam a descrença na
vida espiritual por tantos anos, quando chega o momento da morte, mudam de
opinião, porque vêem uma fresta de luz a lhes indicar a vida e passam a escutar
a consciência, que lhes falava tantas vezes sobre a vida eterna. Todos fomos
feitos iguais, por sermos todos irmãos, filhos do mesmo Pai, amoroso e santo.
O materialismo é
semente plantada que deve ser destruída, é o joio que está crescendo com o trigo,
mas, quando os dois estiverem grandes, será arrancada.
Ele, porém,
respondeu:
Toda planta que
meu Pai Celestial não plantou, será arrancada. {Mateus, 15:13)
Esse joio será
arrancado pela raiz, para que nunca mais cresça nos corações humanos. Não tenhas
dúvidas sobre essa verdade. A pureza de pensamentos está chegando às sociedades
humanas, mas, como nada deve surgir com violência, a natureza conhece esse
trato com as coisas do Espírito, e é na seqüência da vida que a verdade vai
chegando no silêncio, sem nunca deixar de apresentar-se para libertar a
criatura.
Isso é Deus
agindo com amor, fazendo-nos caridade pelos agentes de luz do Seu coração. No amanhã,
somente os livros citarão os cépticos, sem que ninguém mais alimente este
estado de alma, por ser ele contrário às leis naturais. A crença na vida vai
ser generalizada e se passará a viver movido pelo amor, nas asas da esperança.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume XIX
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
962. Como pode
haver cépticos, uma vez que a alma traz ao homem o sentimento das coisas
espirituais?
Eles são em
número muito menor do que se julga. Muitos se fazem de espíritos fortes,
durante a vida, somente por orgulho. No momento da morte, porém, deixam de ser
fanfarrões.
A.K.: A
responsabilidade dos nossos atos é a conseqüência da realidade da vida futura.
Dizem-nos a razão e a justiça que, na partilha da felicidade a que todos
aspiram, não podem estar confundidos os bons e os maus. Não é possível que Deus
queira que uns gozem, sem trabalho, de bens que outros só alcançam com esforço
e perseverança. A idéia que, mediante a sabedoria de Suas leis, Deus nos dá de
Sua justiça e de Sua bondade não nos permite acreditar que o justo e o mau
estejam na mesma categoria a Seus olhos, nem duvidar de que recebam, algum dia,
um a recompensa, o castigo o outro, pelo bem ou pelo mal que tenham feito. Por
isso é que o sentimento inato que temos da justiça nos dá a intuição das penas
e recompensas futuras.
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