Realização
alguma surgirá na edificação da felicidade sem que nos disponhamos ao uso nobre
do livre-arbítrio.
A vontade é
alavanca do destino.
Alavanca, porém,
por dispositivo de impulso ou direção em qualquer engenho é suscetível de ser
movida para um lado ou para outro.
O leme nas mãos
do condutor equilibrado guia o barco à estação justa, no entanto, sob o
controle de navegante desprevenido atira o abrigo flutuante sobre os rochedos.
Nós queremos
isso ou aquilo, mas nem sempre conhecemos o que desejamos.
Sonhamos com a
supressão imediata de todas as provações que fustigam a Humanidade. Este chega
a ser um dos ideais mais elevados que somos capazes de acalentar, porquanto é
necessário extinguir todas as dores que, de um modo ou de outro, infestam o
mundo.
Entretanto, que
seria de nós se doenças e lutas nos abandonassem de chofre, a área de esforço
evolutivo, se ainda trazemos cargas pesadas de egoísmo e de orgulho, à maneira
de arestas que o buril do sofrimento precisa desbastar?
Empenhamo-nos em
arredar apressadamente a morte do âmbito das atividades terrestres e devemos
esforçar-nos pela conquista de longevidade tão grande quanto possível para a
existência humana, contudo, que seria de nós sem a possibilidade de renovar-nos,
através da reencarnação?
Com semelhantes
assertos não estamos escrevendo a apologia da dor e da morte contra o bem-estar
e contra a vida, apenas enunciamos o impositivo de nos ajustarmos às Leis
Naturais, conformando-nos com elas, sempre que se expressem no sentido
contrário às nossas expectativas.
Se a Providência
Maior atendesse de improviso a todas as nossas súplicas, a pretexto de
benevolência para conosco, a vida perderia o sentido e a Terra, a breve tempo, nada
mais seria que um manicômio de largas proporções, em que petitórios satisfeitos
fora de tempo gerariam solicitações descabidas e ambições desregradas,
situando-nos em desajustamento e loucura.
Empreguemos
vontade e esforço na execução dos compromissos que se nos erguem à frente, sem
entrar em desânimo ou tristeza, quando os acontecimentos se mostrarem aparentemente
contra nós.
Obter vantagem
determinada só é vantagem quando o benefício de hoje pode ser benefício amanhã
e no futuro.
Indispensável
pensar se o proveito de agora será proveito depois...
Daí haver Jesus
incluído o problema do querer, na oração inesquecível que nos deixou, quando
nos ensina a afirmar diante de Deus: "seja feita a vossa vontade assim na Terra
como nos Céus"...
Livro: Sol nas
almas.
André Luiz /
Waldo Vieira.
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