Na casa do meu Pai há muitas moradas
O homem que
anseia e busca a espiritualização própria, deve contrapor sua ação
benéfica, sua atividade construtiva, seu labor fraterno, ao trabalho das
inteligências pervertidas.
Tais
inteligências, operando no Plano Físico e no Espiritual, visam à desagregação,
à desarmonia.
Promovendo
ou estimulando empreendimentos que se harmonizem inteiramente com os ideais
do Cristianismo, devemos evitar que o conhecimento inoperante nos
transforme em palacetes iluminados, de portas fechadas e em pleno deserto,
distanciados da ignorância e da perversidade, do sofrimento e da lágrima.
Devemos ser o
tugúrio humilde, mas sempre aquecido, hospitaleiro e bom, onde o copo de
água fria e o caldo reconfortante retemperem o viajor cansado das longas
jornadas, nas difíceis e labirintosas veredas da ascensão.
O conhecimento
do Espiritismo — promessa de Jesus através do Consolador,
do Paracleto — dános uma compreensão de como foi
profundo e sábio o Mestre quando insistia, junto aos discípulos, para que
disseminassem a Sua palavra.
Jesus não
beneficiava, apenas, a um povo, a uma geração. Seu coração, amoroso e
compassivo, abrangia a Terra inteira.
Do Oriente ao
Ocidente.
Sua luz
confundiase com as luzes, concentradas, de infinitos sóis.
Seu coração,
generoso e fraterno, desdobravase para outras “moradas do Pai”. Por isso,
o Sublime Educador não cessava de recomendar a expansão do Evangelho,
a pregação da Boa Nova.
Majestoso,
Eterno, Grandioso — apascentava, com Infinita Ternura, bilhões de
ovelhas transviadas.
* * *
Sendo o Pão da
Vida e a Luz do Mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo era,
por conseguinte, a mais completa manifestação de Sabedoria e Amor
que a Terra, em qualquer tempo, jamais sentira ou conhecera.
No passado e no
presente.
A palavra do
Mestre se refletiu e se reflete, salutar e construtivamente, em todos os ângulos
evolutivos da Humanidade.
No campo da
Moral.
Na esfera da
Cultura.
Na gleba do
Sentimento.
Em “outras
moradas do Pai”, onde evolucionam ovelhas que não pertencem ao
plano terreno, o verbo do Senhor impregna todos os seres, encarnados e
desencarnados, de um perfume que se não esvai.
De uma luz que
se não apaga. . .
De um
esplendor que se não dissipa...
De uma esperança
que se não extingue. . .
De uma
vitalidade que se não estiola. . .
. . . a ventania
das paixões humanas jamais apagará uma só das luzes de Deus.
Se às Religiões,
inclusive ao Espiritismo, faltasse o alimento evangélico, a seiva cristã, todas
elas empalideceriam, debilitadas, inermes, cadaverizadas, exangues. . .
Sem vida e sem
calor. . .
Sem Alma.
Mortas. . .
Certa vez,
ouvimos de Amado Instrutor Espiritual:
A reencarnação,
conhecida de vários povos e civilizações, não conseguira, até o advento de
Jesus, tornar o homem mais feliz, mais fraterno. Com Jesus, no entanto,
sofreu ela um banho de luz e misericórdia.
Lapidares, comoventes,
inesquecíveis palavras! O Tempo, inexorável Saturno, não as apagou de
nossa memória.
Com o Mestre da
Cruz, a palingenesia inundouse, de fato, de Amor.
Ao “necessário
vos é nascer de novo”, do inolvidável diálogo com Nicodemos,
juntou o Cristo o “amaivos uns aos outros”, Regra Áurea do
Evangelho Imortal.
E assim, sob o
impulso fraterno da palavra do Cristo de Deus, vai a Humanidade terrena e a de
“outras moradas” caminhando, a passos seguros, na direção de seus gloriosos
destinos.
Em busca da luz,
do amor, da perfeição. No rumo da Vida, da verdadeira Vida.
Livro: Estudando
O Evangelho.
Martins Peralva.
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