Fáceis de reconhecer as crises abertas.
Provação exteriorizada, dificuldade à vista.
Surgem, comumente, na forma de moléstias,
desencantos, acidentes ou suplícios do coração, atraindo o concurso espontâneo
das circunstantes a que se escoram as vítimas, vencendo, com serenidade e
valor, tormentosos dias de angústia, como quem atravessa, sem maiores riscos,
longos túneis de aflição.
Temos, porém, calamitosas crises sem dor, as
que se escondem sob a segurança de superfície:
- quando nos acomodamos com a inércia, a pretexto
de haver trabalhado em demasia...
- nas ocasiões em que exigimos se nos faça o
próximo arrimo indébito no jogo da usura ou no ataque da ambição...
- qualquer que seja o tempo em que venhamos a
admitir nossa pretensa superioridade sobre os demais...
- sempre que nos julguemos infalíveis, ainda
mesmo em desfrutando as mais elevadas posições nas trilhas da Humanidade...
- toda vez que nos acreditemos tão
supostamente sábios e virtuosos que não mais necessitemos de avisos e
corrigendas, nos encargos que nos são próprios...
Sejam quais sejam os lances da existência em
que nos furtemos deliberadamente aos imperativos da auto – educação ou de
auxílio aos semelhantes, estamos em conjuntura perigosa na vida espiritual, com
a obrigação de esforçar-nos, intensamente, para não cair em mais baixo nível de
sentimento e conduta.
Libertemo-nos dos complexos de avareza e
vaidade, intransigência e preguiça que nos acalentam a insensibilidade, a ponto
de não registrarmos a menor manifestação de sofrimento, porquanto, de modo
habitual, é através deles que se operam, em nós e em torno de nós, os piores
desastres do espírito, seja pela fuga ao dever ou pela queda na obsessão.
Livro: Estude e
Viva.
Emamnuel e André
Luiz.
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