Observemos o ensinamento do Cristo, acerca do
perdão.
Note-se que o Senhor afirma, convincente:
-“se o vosso irmão agiu contra vós...”.
Isso quer dizer que Jesus principia considerando-nos
na condição de pessoas ofendidas, incapazes de ofender: ensina-nos a
compreender os semelhantes, crendo-nos seguros no trato fraternal.
Nas menores questões de ressentimento,
sujeitemo-nos a desapaixonado auto-exame.
Quem sabe a reação surgida contra nós terá
nascido de ações impensadas, desenvolvidas por nós mesmos?
Se do balanço de consciência estivermos em
débito com os outros, tenhamos suficiente coragem de solicitar-lhes desculpas,
diligenciando sanar a falta cometida e articulando serviço que nos evidencie o
intuito de reparação.
Se nos sentimos realmente feridos ou
injustiçados, esqueçamos o mal. Na hipótese de o prejuízo alcançar-nos
individualmente e tão –somente a nós, reconheçamo-nos igualmente falíveis e
ofertemos aos nossos inimigos imediatas possibilidades de reajuste.
Se, porém, o
dano em que fomos envolvidos atinge a coletividade, cabendo à justiça e não a
nós o julgamento do golpe verificado, é claro que não nos compete louvar a leviandade.
Ainda assim, podemos reconciliar-nos com os nossos adversários, em espírito, orando
por eles e amparando-os, por via indireta, a fim de que se valorizem para o bem
geral nas tarefas que a vida lhes reservou.
De qualquer modo, evitemos estragar o
pensamento com o vinagre do azedume.
Nem sempre
conseguimos jornadear, nas sendas terrestres, junto de todos, porquanto, até
que venhamos a completar o nosso curso de auto-burilamento no instituto da
evolução universal, nem todos renasceremos simultaneamente em uma só família e
nem lograremos habitar a mesma casa.
Sigamos, assim, de nossa parte, vida afora, em harmonia com todos,
embora não possamos a todos aprovar, entendendo e auxiliando,
desinteressadamente, aqueles diante dos quais ainda possuímos o dom de agradar
em pessoa, e rogando a Bênção Divina para aqueles outros junto de quem não nos
será lícito apoiar a delinqüência ou incentivar perturbação.
Livro: Estude e
Viva.
Emmanuel / André
Luiz.
Chico Xavier e
Waldo Vieira.
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