Herdeiros de Deus e coherdeiros de Jesus Cristo.
No exame do
problema da identidade de Jesus com Deus, do Filho com Pai, é justo e conveniente
auscultemos, também, a opinião dos apóstolos. Precisamos conhecer o pensamento,
o testemunho daqueles que foram vasos escolhidos para o ministério evangélico.
Diz Allan
Kardec, com a prudência e sensatez que lhr valor são, incontestavelmente, as dos apóstolos,
uma vez que estes O assistiram em sua missão, e uma vez também que, se Ele lhes
houvesse dado instruções e caracterizavam o Espírito: “De todas essas opiniões, as de maio
secretas, respeito à Sua natureza,
alguns traços dessas instruções se descobririam nos escritos deles.
Tendo vivido na
sua intimidade, melhor do que ninguém haviam eles de conhecê-Lo.”
Ouçamos a
palavra de Pedro, o velho Barjonas, que assistiu a Jesus desde a primeira hora:
“O Deus de nossos Pais ressuscitou a Jesus, que vós fizestes morrer,
pendurandoo no madeiro.” — Atos, 5: 30.
“Varões
israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado
por Deus diante de vós. .” — Atos, 2: 22.
“A este Jesus,
Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.” — Atos, 2: 32.
“Que, pois, toda
a Casa de Israel saiba, com absoluta certeza, que Deus fez Senhor e Cristo a
esse Jesus que vós crucificastes.” — Atos, 2: 36.
“Foi por vós,
primeiramente, que Deus suscitou seu Filho e voLo enviou para vos abençoar,
a fim de que cada um se convertesse da sua má vida.” — Atos, 3: 26.
* * *
Ouçamos, agora,
a Paulo de Tarso, o erudito e sublimado Doutor dos Gentios. Paulo de
Tarso — o ardoroso discípulo de Gamaliél e seu presumível
substituto no Sinédrio.
Conheçamos,
também, o vigoroso e inspirado pensamento do notável bandeirante do Evangelho
do Reino, “cujos escritos prepararam os primeiros formulários da religião
cristã”.
“Se o confessais
de boca que Jesus Cristo é o Senhor e se credes que Deus o ressuscitou dentre
os mortos, sereis salvos.” — Romanos, 10: 9.
“Porque se nós,
quando inimigos fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho,
muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida.” — Romanos,
5:10.
“Deus, em sua
bondade, tendo querido que Ele morresse por todos — por ser Ele
bem digno de Deus.” — Hebreus, 2:9.65.
“Se somos
filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coherdeiros de Jesus Cristo.”
— Romanos, 8: 17.
* * *
Como se vê,
assimilando o pensamento de Jesus, os apóstolos dão testemunho sobre a personalidade
do Mestre. Dezenas de passagens semelhantes poderiam ser alinhadas, sem
qualquer dificuldade, todas elas estabelecendo clara distinção entre Deus
e Jesus, entre o Pai e o Filho.
Depois do autopronunciamento
do Cristo, inegavelmente as opiniões mais abalizadas são as dos apóstolos,
uma vez que participaram da vida de Jesus, em todos os instantes da sua
atividade pública.
Privaram da
intimidade do Senhor.
RecebiamLhe,
diretamente dos lábios, os ensinos e as instruções.
Ouviamlhe,
diuturnamente, as lições de eterna beleza e de eterna sabedoria.
Acatarlhes,
pois, o pensamento, constitui homenagem viva de nossas almas àqueles homens
pelo próprio Mestre escolhidos, e préescolhidos, para o ministério evangélico.
Se a palavra de
Jesus e as opiniões dos apóstolos nos merecem fé, não tenhamos dúvida em
afirmar que Deus é um, e Jesus é outro.
Deus — é o
Pai.
Jesus — é o
Filho.
E nós, os humanos,
somos os irmãos de Jesus.
Herdeiros de
Deus.
Coherdeiros de
Jesus.
Livro: Estudando
O Evangelho.
Martins Peralva.
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