Alma fraterna e
boa,
Se o impulso da
prece te abençoa,
Quando queiras
orar,
Buscando
segurança no Senhor,
Faze em qualquer
lugar
O teu louvor ou
a tua petição!...
A Terra inteira é
um templo
Aberto à
inspiração
Que verte das
Alturas,
Mas, se quiseres
encontrar
O mestre que
procuras,
Atende, alma
querida!...
Desce ao vale de
lágrimas da vida,
A imensa
retaguarda
Onde o consolo
tarda...
Ouve a dor da
penúria e o pranto da viuvez,
Volve à sombra
das margens do caminho
E estende o
braço forte
Aos que vagam
sem norte,
Na saudade do
lar que se desfez!...
Escuta os que se
vão
À noite, ao frio
e ao vento,
Sem poderem
contar o próprio sofrimento,
Famintos de
carinho e compreensão...
Pára e abraça a
criança
Que o desprezo
consome
E a doença
extermina,
Pára e ausenta a
nudez, a febre e a fome
Dessa flor
pequenina!
Ouve o coro do
enfermo que não tem
Senão pó, lama e
lágrimas por leito
E, à guisa de
aposento, um canto estreito
Na terra de ninguém.
Atentamente,
anota em torno os brados
De quem conhece
a mágoa no apogeu,
Os tristes
corações despedaçados
Que a calúnia
venceu...
Vais onde exista
aflição,
Oferecendo a
cada sofredor
Uma bênção de
amor,
E, aí,
surpreenderás um divino clarão
Que, dúlcido,
irradia
Paz, bondade,
alegria...
Em meio dessa
luz,
Escutarás Jesus,
Enternecidamente,
A dizer-te no
fundo da alma carente:
- Alma querida
vem!...
Ouço-te a voz na
prece, em qualquer parte,
Devo, entanto,
esperar-te
Na seara do bem.
Chamaste-me,
decerto,
Para saber que
Deus ama e compreende em ti!...
Buscavas-me tão
longe e aguardo-te tão perto...
Alma boa, eis-me
aqui!...
Livro: Antologia
da Espiritualidade.
Maria Dolores /
Chico Xavier.
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