Agradeço , meu Deus,
Em minha prece enternecida,
As almas boas que me deste à vida,
No campo da afeição !...
Agradeço os amigos que me emprestas,
Que me toleram falhas e defeitos,
E equilibram-me os passos imperfeitos,
Dando-me paz e luz ao coração.
Agradeço-te, oh! Pai,
A sensação confortadora e amena
Com que a palavra dêles me asserena,
Em meus dias de dor...
E o silêncio que fazem para as lutas
De que preciso burilar-me,
Enxugando-me o pranto sem alarme
Pela bênção do amor.
Agradeço o socorro que me trazem,
Mostrando desapêgo nobre e raro,
Para que eu seja apoio ao desamparo,
Esperança de alguém!...
E a caridade com que me estimulam
A ser trabalho, bênção, alegria,
Aprendendo a viver , dia por dia,
Nos dominios do bem.
Por toda a santa generosidade
Da estima doce e pura
De quantos me recebem sem censura,
Ternos amigos meus!...
Eis-me ao sol da oração,
Para dizer-te, oh ! Pai do Infinito
Universo,
Na singela pobreza do meu verso,
Obrigado , meu Deus !...
Livro: Antologia da Espiritualidade.
Maria Dolores / Chico Xavier.
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