Ante a fome de
paz que te atormenta os dias, decerto já sonhaste com a disposição de repousar,
além da morte, recusando o cálice de angústia que a existência canal te
sugere...
Cultivas a
virtude e aspiras, sem dúvida, ao prêmio natural que o trabalho irrepreensível
te granjeou.
Sofres e
reclamas consolo...
Choras e
pretendes alívio...
Entretanto, para
lá das fronteiras terrestres, o amor te fulgirá sublime, no coração, como estrela
surpreendente, mas ouvirás os soluços daqueles que deixaste sob a névoa do adeus...
Escutarás as
preces de tua mãe e os rogos de teus filhos, quais poemas de lágrimas a desfalecem
de dor sobre a tua cabeça invadida de novas aspirações e tocada de novos sonhos.
Compreenderá a
renúncia com mais segurança e exercerás o perdão sem dificuldade...
A consciência
tranquila ser-te-á uma bênção; contudo, o anseio de ajudar fremirá no teu peito
inspirando-te a volta.
E reconhecendo
que o céu verdadeiro não existe sem a alegria daqueles que mais amamos, regressarás
por amor ao campo da luta para novamente experimentar e sofrer, esperar e redimir,
adquirindo o poder para ascensões mais altas, porquanto, pela força do bem
puro, descobrirás com o Cristo de Deus a luz da abnegação que nos impele sempre
a horizontes mais vastos, repetindo também com Ele, aos companheiros de
aprendizado, a divina promessa:
- “Em verdade
estarei convosco até o fim dos séculos”, porque não há felicidade para os filhos
acordados de Deus, sem que todos os filhos de Deus entrem efetivamente na posse
da felicidade real.
Livro: Caminho
Espírita.
Espíritos
Diversos / Chico Xavier.
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