Pedofilia
é uma perversão sexual, caracterizada pela opção sexual preferencial por
crianças e adolescentes, de forma compulsiva e obsessiva. O pedófilo é uma
pessoa aparentemente normal e muitas vezes bem inserida na sociedade, daí o
fato da pedofilia ser uma patologia muito freqüente em todas os níveis sociais
e econômicos, portanto, não é rara a presença de pedófilos nas escolas, praças,
igrejas, consultórios médicos, enfim, em todos os lugares onde ele, o pedófilo,
possa encontrar crianças e adolescentes. Em muitos casos o pedófilo pode ser
alguém da própria família. O pedófilo é, acima de tudo, um doente, que
necessita de tratamento, mas que torna-se muito perigoso, já que pode cometer
crimes (não só o abuso sexual em si, mas outros igualmente graves, incluindo
até o homicídio) contra as crianças, por isso deve ser combatido.
Sobre o
período de infância a Doutrina Espírita nos esclarece que este é um estado de
suma importância para o Espírito reencarnante, que está em trânsito, a caminho
de sua pureza e perfeição, conforme nos afirma a questão 383 do “Livro dos
Espíritos” - Pergunta:
Qual, para este, a utilidade de passar pelo estado de infância?
Resposta:
“Encarnado, com o objetivo de se aperfeiçoar, o Espírito, durante esse período,
é mais acessível às impressões que recebe, capazes de lhe auxiliarem o
adiantamento, para o que devem contribuir os incumbidos de educá-lo.”
Em relação
às crianças, entendemos, portanto, que os responsáveis por educá-las somos
todos nós, já que precisamos dar os exemplos a serem seguidos por elas quando
estiverem em condição de responderem por si próprias. Estando, portanto, mais
acessíveis às impressões que recebem, provavelmente estarão definitivamente
marcadas por qualquer tipo de violência cometida contra elas, o que lhes trarão
sérios prejuízos no futuro, nesta e em outras encarnações.
A Doutrina
Espírita procura não condenar ninguém, recomendando sempre que tenhamos com
todos o máximo de respeito, consideração e carinho, inclusive para com as
pessoas desequilibradas sexualmente, uma vez que elas constituem espíritos que
atravessam um momento difícil (até mesmo tormentoso) em que necessitam promover
a sua edificação moral, através de uma conduta sexual equilibrada. Ocorre que,
não é lícito a ninguém, seja hetero ou homossexual, determinados abusos, tais
como a pedofilia, que vem a ser uma prática criminosa, por envolver criaturas
inocentes e indefesas, constituindo assim um ato de extrema violência, que por
isso mesmo, deve ser combatido.
O
Espiritismo, portanto, não condena ninguém pelas escolhas que qualquer pessoa
faça em sua vida, apenas nos alerta a respeito da Lei de Ação e Reação, segundo
a qual recebemos de volta os efeitos de nossa própria conduta, conforme
asseverou JESUS, quando afirmou: “A semeadura é livre, mas a colheita é
obrigatória”. Mas, como para tudo na vida precisamos ter bom-senso, não
podemos, de maneira alguma, ser coniventes com determinadas atitudes, pois
assim estaríamos igualando-nos aos criminosos. O pedófilo, na minha opinião,
deve ser considerado um doente e por isso, merece tratamento, não só médico,
mas quem sabe também espiritual, já que, além do próprio distúrbio do qual é
portador, muitas vezes ele pode estar acompanhado de espíritos obsessores. O
que não podemos é de forma alguma tolerar esse tipo de comportamento abusivo.
Neste caso
específico, portanto, cabe a todos nós orientarmos e protegermos as crianças em
relação aos perigos e estarmos sempre atentos a qualquer comportamento
estranho. E não devemos deixar de denunciar quando suspeitarmos de algo.
Afinal, uma coisa é ser compreensivo com as faltas alheias, outra coisa é ser
conivente e permissivo com determinados crimes...
A Criança Abusada
Devido ao fato
da criança muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo
sexual, e mesmo que não possa saber da conotação ética, religiosa e moral da
atividade sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas
emocionais depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante
desse tipo de estimulação. A maioria desses casos não é reportada, tendo em
vista que as crianças têm medo de dizer a alguém o que se passou com elas. E o
dano emocional e psicológico, em longo prazo, decorrente dessas experiências
pode ser devastador.
O abuso às
crianças pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão ou
outro parente qualquer. Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na
casa de um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na
casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido. A criança de
cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e apreciando a pessoa que o abusa,
se sente profundamente conflitante entre a lealdade para com essa pessoa e a
percepção de que essas atividades sexuais estão sendo terrivelmente más. Para
aumentar ainda mais esse conflito, pode experimentar profunda sensação de
solidão e abandono.
Quando os
abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode ter muito medo da ira do
parente abusador, medo das possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros
membros da família ou pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu
segredo. A criança que é vítima de abuso prolongado, usualmente desenvolve uma
perda violenta da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire
uma representação anormal da sexualidade.
A criança pode
tornar-se muito retraída, perder a confiança em todos adultos e pode até chegar
a considerar o suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa
que abusa ameaçar de violência se a criança a denunciar ou negar-se aos seus
desejos. Algumas crianças abusadas podem ter dificuldades para estabelecer
relações harmônicas com outras pessoas, podem se transformar em adultos que
também abusam de outras crianças, podem se inclinar para a prostituição ou
podem ter outros problemas sérios quando adultos. Comumente as crianças
abusadas estão aterrorizadas, confusas e muito temerosas de contar sobre o
incidente.
Com freqüência
elas permanecem silenciosas por não desejarem prejudicar o abusador ou provocar
uma desagregação familiar ou por receio de serem consideradas culpadas ou
castigadas. Crianças maiores podem sentir-se envergonhadas com o incidente,
principalmente se o abusador é alguém da família. Mudanças bruscas no
comportamento, apetite ou no sono pode ser um indício de que alguma coisa está
acontecendo, principalmente se a criança se mostrar curiosamente isolada, muito
perturbada quando deixada só ou quando o abusador estiver perto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário