Uma
vez colocados esses princípios, consagremos esta meditação a estudar as idades da
vida humana: a mocidade, a idade madura, a velhice, à luz dessa grande lei,
sendo a morte sua coroação e apoteose. Desses estudos surgirá o grande
princípio espiritualista da reencarnação, o único que explica o mistério do ser
e do seu destino. É preciso renascer – é esta a lei comum do destino humano,
que também evolve em um círculo do qual Deus é o centro. “Ninguém – dizia Jesus
a Nicodemos – verá o reino de Deus – isto é, não compreenderá a lei de seu
destino – se não renascer da água e do espírito.” A reencarnação está
claramente expressa nessas palavras, e Jesus repreende a Nicodemos “ser mestre
em Israel e desconhecer essas coisas”. Quantos,
entre nossos mestres contemporâneos, são passíveis da mesma censura! Há muitos
que se contentam com a noção superficial da vida, e nunca se sentem tentados a
olhar para o fundo!É
tão fácil negar as coisas para fugir ao dever e ao trabalho de estudar e
compreender!
O
positivista jamais encara o problema da origem, nem o dos fins; contenta-se com
o momento presente e o explora da melhor maneira. Muitos homens, mesmo
inteligentes, agem igual àquele. Por seu lado, o católico limita-se a crer no
que manda a igreja, que faz da vida um mistério do começo ao fim, pondo-lhe
alguns milagres no meio; e quando estas duas palavras são pronunciadas:
milagre, mistério! Todos
se inclinam, todos se calam, todos crêem. Por outra parte, os universitários só
acreditaram, durante muito tempo, nos dados da experimentação. Para eles, tudo
que não figurasse em seus programas era destituído de valor. Nunca os ídolos de
Bacon tiveram tantos adoradores. A ciência oficial, também, há meio século vem
apenas contribuindo com diminuto progresso para o pensamento moderno. Entretanto,
o médico dos nossos dias, tão ligado, até então, aos sistemas materialistas da
Escola, começa a sacudir o jugo; e é das fileiras da Medicina atual que saem os
doutores mais autorizados e mais competentes do Espiritismo.
A
próxima geração será mais feliz e ainda melhor dotada. Cresce uma mocidade, que
não surge de nenhum pedagogismo e só se instrui na grande escola da Natureza e
da consciência íntima. Esta será verdadeiramente a mocidade livre, isto é,
independente de qualquer educação fictícia, de qualquer método empírico e convencional.
Ela ouve as verdadeiras vozes; a voz interior, a voz subliminal do ser, a voz
que explica o homem ao homem e resolve o teorema do destino com a clareza que
lhe é possível. É para essa sociedade de amanhã que escrevo estas páginas;
dedico-as aos iniciados e aos avisados, àqueles que, segundo a palavra do Mestre,
têm olhos de ver e ouvidos de ouvir. Voltemos,
pois, à lei circulatória da vida e do destino, isto é, à doutrina da
reencarnação.
Livro:
O Grande Enigma
Autor:
Léon Denis
http://www.oespiritismo.com.br
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