Reunião pública de 29/6/59
Muitos companheiros, a pretexto de se guardarem contra
o mal, evitam contatos com esse ou aquele círculo de serviço, caindo
freqüentemente em males de maior monta.
E para isso, quase sempre, recorrem a negativas de
vária espécie.
Dizem-se pecadores, mas fogem deliberadamente ao
ensejo que lhes propicia a aquisição de virtude.
Afirmam-se devedores, quando, nesse aspecto, lhes cabe
maior diligência na solução dos compromissos de que se oneram.
Declaram-se inúteis, ausentando-se dos quadros de
trabalho em que poderiam mostrar os préstimos de que são mensageiros.
Asseveram-se imperfeitos, desertando da luta capaz de
conferir-lhes mais amplo burilamento.
Escrevem longas confissões de remorso, sem ânimo de
gastar ligeiros minutos na reparação dos erros em que se anunciam incursos.
Proclamam-se cansados, esquecendo-se de que, assim,
exigem mais dura cooperação dos semelhantes, em diversas ocasiões, muito mais
fatigados do que eles mesmos.
Intitulam-se doentes, reclamando o sacrifício dos
outros.
Inculcam-se por vítimas do desencanto, veiculando o pessimismo com que
esmagam as esperanças alheias.
Categorizam-se por neurastênicos angustiados, sem
compaixão para com aqueles que lhes suportam a bile.
Acreditam-se perseguidos por Espíritos inferiores, sem
jamais ofertar-lhes qualquer recurso de amor à renovação.
Lamentam-se. Colecionam queixumes. Exageram sintomas.
Escusam-se e choram.Ante a educação que ilumina e a
caridade que levanta, imaginam-se ignorantes e fracos, malogrados e infelizes,
muitas vezes mentalizando infortúnio e frustração, tédio e suicídio.
Transitam aqui e ali, entre a desconfiança e o
desânimo, sentindo-se habitualmente desamparados e incompreendidos,
destacando-se, onde surjam, à maneira de sensitivas ambulantes, temendo ciladas
e tentações.
E encerram-se, por fim, na reclusão de si mesmos como
se, insulados e inertes, estivessem conquistando altura moral. Contudo, nada
mais conseguem que a fuga do dever a cumprir, porque, se, em verdade, procuram
a apetecida libertação do mal, é imprescindível entendam que a melhor maneira
de extinguir-se o mal será fazermos para com todos e em toda parte a maior soma
de bem.
Livro: Religião dos Espíritos.
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
Vida de insulamento. Voto de silêncio
770. Que se deve pensar dos que vivem em absoluta
reclusão, fugindo ao pernicioso contacto do mundo?
Resposta: Duplo egoísmo.
770a) - Mas, não será meritório esse retraimento se
tiver por fim uma expiação, impondo-se aquele que o busca uma privação penosa?
Resposta: Fazer maior soma de bem do que de mal
constitui a melhor expiação. Evitando um mal, aquele que por tal motivo se
insula cai noutro, pois esquece a lei de amor e de caridade.
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