“É necessário que Ele cresça, e que eu diminua”. - João:
capítulo 3º, versículo 30.
Incontáveis companheiros espíritas, na atualidade,
revivem o espírito de serviço cristão que nêles se agiganta, conclamando-os ao
intérmino labor de preparação da Era nova.
Multiplicam-se êles em formosa sementeira e já se
podem observar os resultados positivos da sua atividade proveitosa, a benefício
de tôda a Seara do Amor.
Entre eles corporificam-se a abnegação e a renúncia,
emuldurando-lhes os esforços lavrados à base da vivência evangélica na integral
harmonia dos seus postulados.
Escrevem e pautam a conduta na elevada correção de
modos.
Falam e aplicam na vida diária os ensinamentos
divulgados.
Oram e agem no campo da fraternidade transformando
palavras em socorro eficiente, que espalham, generosos, em nome do Senhor.
Proclamam a excelência do amor e desdobram esforços na
compreensão dos espíritos sofredores que buscam amparar no carinho dos
sentimentos.
Preconizam o perdão e esquecem as ofensas,
disseminando a alegria, mesmo
quando o pessimismo insiste em dominar, pernicioso.
Convém, no entanto, refletirmos com atenção Surgem e
desaparecem com celeridade, na esfera do serviço ativo, trabalhadores diversos
que se dizem fascinados por Jesus ou se apresentam tocados pela excelência da
Doutrina Espírita que dizem e aparentam desposar.
Todavia, somente alguns perseveram fiéis ao programa
encetado, por longo tempo.
Enquanto brilham facilidades e o alarde dos aplausos
estruge, ei-los a postos.
Entrementes, logo são chamados ao testemunho do silêncio, no anonimato ou na
ação aparentemente insignificante, debandam rancorosos, com queixas,
estremunhados...
São os que promovem o Espiritismo, Promovendo-se
também.
* * *
Paulo, de tal forma se esqueceu de si mesmo, no
serviço de Jesus, que exclamou: “Estou crucificado com Cristo; logo já não sou
eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”...
Francisco de Assis, servindo ao Senhor com elevada
abnegação, olvidou, inclusive, a própria saúde, para doar-se totalmente à lição
da renúncia e da humildade por amor a Ele.
Vicente de Paula, tocado pela necessidade do próximo,
alcançou os extremos da auto-doação, trocando a sua pela vida de um galé, a fim
de libertá-lo das cadeias que considerava injustas.
Joanna dArc, convencida do amparo que as suas vozes
lhe ofereciam, deixou-se queimar, superando o instinto de conservação da vida
física, fiel à Imortalidade.
Allan Kardec, conquanto advertido reiteradas vêzes
pelo espírito generoso do dr. Demeure, seu médico, então desencarnado, quanto à
saúde, dela descurava para trabalhar, rompendo-se-lhe o aneurisma, em plena
ação
iluminativa
de consciências.
E João Batista, o Precursor, enunciava em júbilo:
“Necessário é que Ele cresça e eu diminua”, promovendo-o e apagando-se.
* * *
Cuida de promover a Causa e olvida as transitórias
casas a que te vinculas; propagando o Espiritismo em tôda a sua pureza, fiel
aos postulados Kardequianos, ilumina-te na Sua claridade, deixando a tua pessoa
em plano secundário; ampliando o campo para sementação da Verdade não te
iludas...
A promoção da Doutrina que te honra não deve
constituir-te motivo de destaque personalista, porque o verdadeiro trabalhador
ama na semente a planta futura, e na terra reverdescida encontra a resposta da
vida ao esforço desenvolvido.
Servindo desinteressadamente não te alcançarão as
agressões dos maus — que são transitórios no caminho; e a perseverança da tua
atividade, quando outros a deixaram, responderá pela nobreza dos teus
propósitos e do teu valor aplicados à fidelidade do ideal que te abrasa.
Porque Jesus distendesse o pensamento divino sobre a
Terra conturbada, quando pretendiam afetar a Mensagem de que se fizeram Mensageiro
Celeste, invectivava, enérgico e pulcro, no entanto, quando se levantavam
contra Ele, deixava-se conduzir, confiando no Pai, a ensinar que a Palavra de
Vida Eterna é pão insubstituível para a manutenção do espírito, enquanto que
aquêle que dela se faz portador, entregue à Verdade, não se deve preocupar
consigo, por estar nas mãos de Deus que tudo supervisiona e dirige com
sabedoria.
*
“Não ouso falar do que fiz, porque também os Espíritos
têm o pudor de
suas obras”. - SÃO VICENTE DE PAULA. (Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec,
Capítulo 13º — Item 12, parágrafo 6)
Livro: Florações Evangélicas.
Espírito: Joanna de Angelis.
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