Reunião pública de 13/4/59
Interessado em desfrutar vantagens transitórias no
imediatismo da existência terrestre, quase sempre o homem aspira à galhardia de
apresentação e a porte distinto, elegância e domínio, no quadro social em que
se expressa; entretanto, conduzido à Esfera Superior, pela influência
renovadora da morte, identifica as próprias deficiências, na tela dos
compromissos inconfessáveis a que se junge, e implora da Providência Divina
determinados favores na reencarnação, que envolvem, de perto, o suspirado
aprimoramento para a Vida Maior.
É assim que cientistas famosos, a emergirem da
crueldade, rogam encarceramento na idiotia; políticos hábeis, que abusaram das
coletividades a que deviam proteção e defesa, suplicam inibições cerebrais que
os recolham a precioso ostracismo; administradores dos bens públicos que não
hesitaram em esvaziar os cofres do povo, a favor da economia particular,
solicitam raciocínio obtuso que lhes entrave a sagacidade para o furto aparentemente
legal; criminosos que brandiram armas contra os semelhantes requisitam braços
mutilados, assinando aflitivas sentenças contra si mesmos; suicidas que
menosprezaram as concessões do Senhor, atendendo a deploráveis caprichos, recorrem
a organismos quebrados ou violentados no berço, para repararem as faltas
cometidas contra si mesmos; tribunos da desordem pedem os embaraços da gaguez;
artistas que se aviltaram, arrastando emoções alheias às monstruosidades da
sombra, invocam a internação na cegueira física; caluniadores eminentes, que
não vacilaram no insulto ao próximo, requerem o martírio silencioso dos
surdos-mudos; desportistas eméritos e bailarinos de prol, que envileceram os
dons recebidos da Natureza, exoram nervos doentes e glândulas deficitárias que
os segreguem a distância de novas quedas morais; traidores que expuseram
corações respeitáveis, no pelourinho da injúria, demandam a própria detenção no
catre dos paralíticos; mulheres que desertaram da excelsa missão feminina, a se
prostituírem na preguiça e na delinqüência, solicitam moléstias ocultas que
lhes impeçam a expansão do sentimento enfermiço, e expoentes da beleza e da graça
que corromperam a perfeição corpórea, convertendo-a em motivo para
transgressões lamentáveis, requestam longos estágios em quadros penfigosos que
lhes desfigurem a forma, de modo a expiarem nas chagas da presença inquietante
as culpas ominosas que lhes agoniam os pensamentos...
Ajudai-vos, assim, buscando no auxílio constante aos
outros o pagamento facilitado das dívidas do pretérito, porquanto, amanhã,
sereis na Espiritualidade as consciências que hoje somos, abertas à
fiscalização da Verdade, com a obrigação de conhecer em nós mesmos a ulceração
da treva e a carência da luz.
Livro: Religião dos Espíritos
Emmanuel / Chico Xavier.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Desigualdades sociais
807. Que se deve pensar dos que abusam da
superioridade de suas posições sociais, para, em proveito próprio, oprimir os
fracos?
Resposta: Merecem anátema! Ai deles! Serão, a seu
turno, oprimidos: renascerão numa existência em que terão de sofrer tudo o que
tiverem feito sofrer aos outros.
Limite do trabalho. Repouso
684. Que se deve pensar dos que abusam de sua
autoridade, impondo a seus inferiores excessivo trabalho?
Resposta: Isso é uma das piores ações. Todo aquele que
tem o poder de mandar é responsável pelo excesso de trabalho que imponha a seus
inferiores, porquanto, assim fazendo, transgride a lei de Deus.
Escolha das provas
273. Será possível que um homem de raça civilizada
reencarne, por exemplo, numa raça de selvagens?
Resposta: É; mas depende do gênero da expiação. Um
senhor, que tenha sido de grande crueldade para os seus escravos, poderá, por
sua vez, tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infligiu a seus
semelhantes. Um, que em certa época exerceu o mando, pode, em nova existência,
ter que obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. Ser-lhe-á isso uma
expiação, que Deus lhe imponha, se ele abusou do seu poder. Também um bom
Espírito pode querer encarnar no seio daquelas raças, ocupando posição
influente, para fazê-las progredir. Em tal caso, desempenha uma missão.
Nosso Lar - Andre Luiz /Chico Xavier.
Uma das Colônias Espirituais.
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