Reunião pública
de 9/3/59
Estudando a
humildade, vejamos como se comportava Jesus no exercício da sublime virtude.
Decerto, no
tempo em que ao mundo deveria surgir a mensagem da Boa-Nova, poderia permanecer
na glória celeste e fazerse representar entre os homens pela pessoa de
mensageiros angélicos, mas preferiu descer, Ele mesmo, ao chão da Terra, e experimentar-lhe
as vicissitudes.
Indubitavelmente,
contava com poder bastante para anular a sentença de Herodes que mandava
decepar a cabeça dos recémnatos de sua condição, com o fim de impedir-lhe a
presença; entretanto, afastou-se prudentemente
para longínquo rincão, até que a descabida exigência fosse
necessariamente proscrita.
Dispunha de
vastos recursos para se impor em Jerusalém, ao pé dos doutores que lhe negavam
autoridade no ensino das novas revelações; contudo, retirou-se sem mágoa em
demanda de remota província, a valer-se dos homens rudes que lhe acolhiam a
palavra consoladora.
Possuía
suficiente virtude para humilhar a filha de Magdala, dominada pela força das
sombras; no entanto, silenciou a própria grandeza moral para chamá-la docemente
ao reajuste da vida.
Atento à própria
dignidade, era justo mandasse os discípulos ao encontro dos sofredores para
consolá-los na angústia e sararlhes a ulceração; todavia, não renunciou ao
privilégio de seguir, Ele mesmo, em cada canto de estrada, a fim de
ofertar-lhes alívio e esperança, fortaleza e renovação.
Certo, detinha
elementos para desfazer-se de Judas, o aprendiz insensato; porém, apesar de
tudo, conservou-o até o último dia da luta, entre aqueles que mais amava.
Com uma simples
palavra, poderia confundir os juizes que o rebaixavam perante Barrabás, autor
de crimes confessos; contudo, abraçou a cruz da morte, rogando perdão para os
próprios carrascos.
Por fim, poderia
condenar Saulo de Tarso, o implacável perseguidor, a penas soezes, pela
intransigência perversa com que aniquilava a plantação do Evangelho nascente;
mas buscou-o, em pessoa, às portas de Damasco, visitando-lhe o coração, por
sabê-lo enganado na direção em que se movia.
Com Jesus,
percebemos que a humildade nem sempre surge da pobreza ou da enfermidade que
tanta vez somente significam lições regeneradoras, e sim que o talento celeste
é atitude da alma que olvida a própria luz para levantar os que se arrastam nas
trevas e que procura sacrificar a si própria, nos carreiros empedrados do
Mundo, para que os outros aprendam, sem constrangimento ou barulho, a encontrar
o caminho para as bênçãos do Céu.
Livro: Religião
dos Espíritos – 17
Emmanuel / Chico
Xavier.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Decepções.
Ingratidão. Afeições destruídas
937. Para o
homem de coração, as decepções oriundas da ingratidão e da fragilidade dos
laços da amizade não são também uma fonte de amarguras?
Resposta: São;
porém, deveis lastimar os ingratos e os infiéis: serão muito mais infelizes do
que vós. A ingratidão é filha do egoísmo e o egoísta topará mais tarde com
corações insensíveis, como o seu próprio o foi. Lembrai-vos de todos os que hão
feito mais bem do que vós, que valeram muito mais do que vós e que tiveram por
paga a ingratidão. Lembraivos de que o próprio Jesus foi, quando no mundo,
injuriado e menosprezado, tratado de velhaco. Seja o bem que houverdes feito a
vossa recompensa na Terra e não atenteis no que dizem os que hão recebido os
vossos benefícios. A ingratidão é uma prova para a vossa perseverança na
prática do bem; ser-vos-á levada em conta e os que vos forem ingratos serão
tanto mais punidos, quanto maior lhes tenha sido a ingratidão.
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