“Vai-te em paz”.
Jesus / Lucas: capítulo 7º, versículo 50.
“Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer
que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele
depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu
sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do
contrário, terá de recomeçar”. Evangelho Segundo o Espíritismo – Allan
Kardec, Capítulo 5º — Item 10.
Em face das
dificuldades inadiáveis que surgem e ressurgem, senda afora por onde avanças,
reveste-te de serenidade para prosseguir.
Surpreendido
pelas contingências afligentes que chegam a cada instante ao país do teu
coração, envolve-te na serenidade para discernir.
Diante das informações
malsãs que te são endereçadas com o sal da impiedade ou a pimenta do despeito,
examina a serenidade para acertar.
Conquanto
inquietudes te assaltem produzindo sulcos de dor e agonia na tua alma, não te
situes a distância da serenidade, para atingir o êxito que te propões, na
tarefa do equilíbrio.
Serenidade é
também medida que resulta de uma atitude reflexiva!
A serenidade não
é uma posição estática que transcorre entre dias parados e atitudes indefinidas
em volta da tua existência.
O rio singelo,
que passa modulando entre seixos e pedregulhos, eriçando pequeninas ondas e
espraiando-as pelas margens, transmite agradável sensação de serenidade sobre o
leito conquistado.
Serenidade é
atitude rítmica de ação que não atinge altissonâncias nem reflui em pianíssimos
que logo desaparecem. A serenidade resulta de uma vida metódica, postulada nas
ações dinâmicas do bem e na austera disciplina da vontade.
O espírito
pacificado pode ser comparado ao solo que foi trabalhado demoradamente, arrancando escalracho e
urze, drenando cursos violentos d'águas e semeando, em derredor, sebes
protetoras para que as plantas do seminário novo possam desenvolver-se com
harmonia em direção do alto.
* * *
Diante da
turbamulta que rogava, esfomeada, pães e peixes, Jesus, imperturbável, examinou as
possibilidades de que dispunha no momento e multiplicou o repasto...
Surpreendido em
colóquio afetivo com os párias encontrados na sua rota se manteve tranqüilo,
sem anuir às acusações indébitas de que Ele tratava com gente de má vida e sem
jactar-se de ser o salvador dos infelizes...
Exaltado pelo
entusiasmo transitório dos que Lhe receberam o carinho salutar, conservou-se
sereno, na direção do bem sem limite de que se fizera o instrumento excelente
do Pai...
Aclamado pelo
delírio popular na entrada de Jerusalém, refletiu, no semblante contristado, a dor que o
aguardava após o torvelinho da exaltação da massa em desassossego.
Inquirido pelos
condutores de varapaus, após o beijo de Judas, se era Ele o buscado, não
titubeou em assentir, afirmando: - “Eu o sou”.
Experimentando
as mais cruas acusações sem uma palavra de defesa, na mais dura soledade, sem
uma só exigência, Jesus deu o testemunho mais pesado através da agonia pelo amor, e,
sem qualquer constrangimento, se manteve em serenidade admirável, para
ensinar que a dinâmica da vitória sobre si mesmo é resultante do
auto-descobrimento e da aplicação das próprias forças no exercício do perdão
incondicional a situações, pessoas e coisas da rota evolutiva.
* * *
Em qualquer
situação em que te vejas colocado impostergavelmente, considera a serenidade dinâmica que
produz equilíbrio e que resulta da ponderação demorada, para agires com acerto
e atingires o ápice da tua integração no apostolado do amor
verdadeiro.
Livro: Florações
Evangélicas.
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