terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

EXAMINANDO A SERENIDADE

“Vai-te em paz”. Jesus / Lucas: capítulo 7º, versículo 50.
“Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar”Evangelho Segundo o Espíritismo – Allan Kardec, Capítulo 5º — Item 10.
Em face das dificuldades inadiáveis que surgem e ressurgem, senda afora por onde avanças, reveste-te de serenidade para prosseguir.
Surpreendido pelas contingências afligentes que chegam a cada instante ao país do teu coração, envolve-te na serenidade para discernir.
Diante das informações malsãs que te são endereçadas com o sal da impiedade ou a pimenta do despeito, examina a serenidade para acertar.
Conquanto inquietudes te assaltem produzindo sulcos de dor e agonia na tua alma, não te situes a distância da serenidade, para atingir o êxito que te propões, na tarefa do equilíbrio.
Serenidade é também medida que resulta de uma atitude reflexiva!
A serenidade não é uma posição estática que transcorre entre dias parados e atitudes indefinidas em volta da tua existência.
O rio singelo, que passa modulando entre seixos e pedregulhos, eriçando pequeninas ondas e espraiando-as pelas margens, transmite agradável sensação de serenidade sobre o leito conquistado.
Serenidade é atitude rítmica de ação que não atinge altissonâncias nem reflui em pianíssimos que logo desaparecem. A serenidade resulta de uma vida metódica, postulada nas ações dinâmicas do bem e na austera disciplina da vontade.
O espírito pacificado pode ser comparado ao solo que foi trabalhado demoradamente, arrancando escalracho e urze, drenando cursos violentos d'águas e semeando, em derredor, sebes protetoras para que as plantas do seminário novo possam desenvolver-se com harmonia em direção do alto.
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Diante da turbamulta que rogava, esfomeada, pães e peixes, Jesus, imperturbável, examinou as possibilidades de que dispunha no momento e multiplicou o repasto...
Surpreendido em colóquio afetivo com os párias encontrados na sua rota se manteve tranqüilo, sem anuir às acusações indébitas de que Ele tratava com gente de má vida e sem jactar-se de ser o salvador dos infelizes...
Exaltado pelo entusiasmo transitório dos que Lhe receberam o carinho salutar, conservou-se sereno, na direção do bem sem limite de que se fizera o instrumento excelente do Pai...
Aclamado pelo delírio popular na entrada de Jerusalém, refletiu, no semblante contristado, a dor que o aguardava após o torvelinho da exaltação da massa em desassossego.
Inquirido pelos condutores de varapaus, após o beijo de Judas, se era Ele o buscado, não titubeou em assentir, afirmando: - “Eu o sou”.
Experimentando as mais cruas acusações sem uma palavra de defesa, na mais dura soledade, sem uma só exigência, Jesus deu o testemunho mais pesado através da agonia pelo amor, e, sem qualquer constrangimento, se manteve em serenidade admirável, para ensinar que a dinâmica da vitória sobre si mesmo é resultante do auto-descobrimento e da aplicação das próprias forças no exercício do perdão incondicional a situações, pessoas e coisas da rota evolutiva.
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Em qualquer situação em que te vejas colocado impostergavelmente, considera a serenidade dinâmica que produz equilíbrio e que resulta da ponderação demorada, para agires com acerto e atingires o ápice da tua integração no apostolado do amor verdadeiro.
Livro: Florações Evangélicas.
Joanna de Angelis / Divaldo Franco.

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