“... Vivei com os homens de vossa época,
como devem viver os homens...” “... Fostes chamados a entrar em contato com
espíritos de natureza diferente, de caracteres opostos; não choqueis nenhum
daqueles com os quais vos encontrardes. Sede alegres, sede felizes, mas da
alegria que dá uma boa consciência...” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Karde, Capítulo 17, item 10)
Viver “felizes segundo as necessidades da Humanidade” (O Evangelho
Segundo o Espiritismo – Allan Karde, Capítulo 17, item 10) é viver com naturalidade, ou seja, participar
efetivamente na sociedade usando nosso jeito natural de ser.
Todos nós fomos abençoados com determinadas vocações, e o mundo em que vivemos
precisa de nossa cooperação individual, para que possamos, ao mesmo tempo,
desenvolver nossas faculdades inatas na prática social e aumentar nossa parcela
de contribuição junto à comunidade em que vivemos, no aperfeiçoamento da
humanidade.
Possuímos talentos que precisam ser
exercitados para que possam florescer, mas poucos de nós damos o real valor a
essa tarefa. Esses mesmos talentos estão esperando nosso empenho de “se dar
força”, a fim de colocá-los em plena ação no intercâmbio das relações com as
pessoas e com as coisas.
Não podemos então olvidar que viver no mundo é “entrar em contato com espíritos
de natureza diferente, de caracteres opostos” (O Evangelho Segundo o
Espiritismo – Allan Karde, Capítulo 17, item 10), reconhecendo que cada um dá o
que tem, vive do jeito que pode, percebe da maneira que vê, admitindo que, por
se tratar de tendências, talentos e vocações, todos nós temos a peculiar necessidade
de “ser como somos” e “estar onde quisermos” na vida social.
Talentos são
impulsos naturais da alma adquiridos pela repetição de fatos semelhantes,
através das vidas sucessivas. Vocação é a “voz que chama”, palavra oriunda do
latim “vocatus”, que quer dizer chamado ou convocação.
Pelo fato de a
Natureza ser uma verdadeira “vitrina” de biodiversidade ou multiplicidade de
seres, é que cada indivíduo tem suas próprias ferramentas, úteis para laborar
na lida social.
Todas as árvores
são árvores, mas o pessegueiro não tem as mesmas peculiaridades do limoeiro, nem o
abacateiro as da mangueira. Por isso, cada pessoa também se exprime em níveis
diversos segundo as múltiplas formas com que a Sabedoria Divina nos plasmou na
criação universal.
Assim, todos somos convocados a “agir no
social”, não com “um aspecto severo e lúgubre, repelindo os prazeres que as
condições humanas permitem” (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Karde, Capítulo
17, item 10), mas felizes, fazendo uso de nossos potenciais e faculdades
prazerosamente.
Jesus de Nazaré
vivia, à sua época, uma vida mística e distante da sociedade?
O Cristo de Deus se integrava
intensamente no social, “participando das festas de casamento” (Jesus/João
2:1 e 2.), “do relacionamento fraterno, amando intensamente os amigos” (Jesus
/João 15:13) “Sem preconceito algum fazia visitas e tomava refeições em
companhia de variadas criaturas”, (Jesus/Mateus 9:10). percorrendo cidades, campos e
estradas sempre acompanhado dos amigos queridos e das
multidões que O cercavam.
Em vista disso,
devemos entender que as leis do Criador deram às criaturas inclinações e
aptidões íntimas e originais, para que elas pudessem conviver entre si, oferecendo
a cada uma participação também original na vida comunitária de maneira “sui
generis”.
Devemos, sim,
viver no mundo com a consciência de que somos espíritos eternos em crescimento
e progresso, e de que o nosso “ânimo de viver” em sociedade depende de
colocarmos em prática as nossas verdadeiras capacidades e vocações da alma.
Lembremo-nos,
contudo, de que a palavra “ânimo” quer dizer “alma”, do latim “animus”, e de
que devemos, cada um de nós, “viver com alma” no círculo social do mundo.
Livro: Renovando
Atitudes.
Espírito: Hammed
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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