“Não
digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele. Pagarei a cada um segundo
a sua obra.” Pv 24 v 29.
Compadece-te de
quem desconhece as leis do perdão; confere com ele o lugar que lhe ocupa, e
sente que não deves julgá-lo. A indulgência é norma divina que deve dominar o
coração.
Nunca digas a
ninguém: ferir-te-ei com o mesmo ferro com que me feriste. Eis que, no tocante
ao bem, podes dizer: amar-te-ei do mesmo tanto que me amas, ou: dar-te-ei em
dobro a paz que me ofertaste.
Sê como o frasco
de essências, que perfuma o ambiente da mão que o quebrou, e aromatiza o rosto,
também, de quem o destampou.
A justiça,
tomando a forma de vingança, desmerece a dignidade.
Cobrar multas
aos infratores da lei não é lei dos sentimentos; é disciplina para quem
desrespeita a paz alheia.
E não se
importar com o bem-estar social é também impulso do egoísmo.
Quem troca
murros está na mesma dimensão da violência.
Se alguém te
ofendeu, por palavras ou obras, digna-te em tolerar, pensa no que deves
responder e, se falares, fala com brandura. Mesmo sofrendo é bom que ensines o
amor.
O primeiro
impulso do ofendido é ofender. Contudo, a mão que bate sofre o impacto da
pancada, porque está ligada ao corpo. Perdoa, pois, que a natureza se encarrega
da justiça, sem que você lhe peça. No lugar da revolta, abençoa o ignorante.
A benevolência
desarma o caluniador, e desperta-o para a fraternidade.
Se não te sentes
bem no esquecimento das faltas para consigo, se ainda há algo dentro de ti
remoendo pela injustiça que lhe fizeram, se a calúnia ascendeu o fogo do ódio
em teu mundo íntimo, apela para o socorro da oração. Depois dela, se te
sentires meio atordoado, sem condições de te reergueres, procura amigos da tua
confiança, e conversa, sem alarde, que Deus e Cristo te ajudarão por meio
deles.
O amor, na
Terra, é justiça, e a justiça, no céu, é amor.
O perdão veio
colocar em dificuldades a justiça, mas é para quem não tem olhos de ver.
Ninguém recebe o que não merece.
Se já conheces a
Cristo, os teus caminhos são outros: quando ferido, não firas; quando
injuriado, não injuries; quando ofendido, não ofendas; quando perseguido, não
persigas; quando odiado, não odeies, porque vives em um mundo diferente daquele
que precisa de corrigendas pela força, porque vibras em um intenso amor, por
Deus e por tudo.
A tua conduta
cristã poderá desmanchar, sem precisar da palavra, as más idéias formadas a teu
respeito.
Pelo Espírito:
CARLOS
Psicografia:
JOÃO NUNES MAIA
Do livro: TUAS
MÃOS
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