“(...)
Comparemos os médiuns a esses frascos de líquidos coloridos e transparentes que
se vêem na vitrine de laboratórios farmacêuticos; pois bem, nós somos as luzes
que clareiam certos pontos de vistas morais, filosóficos e internos, através de
médiuns azuis, verdes ou vermelhos, de tal sorte que nossos raios luminosos,
obrigados a passarem através de vidros mais ou menos bem trabalhados, mais ou
menos transparentes, quer dizer, por médiuns mais ou menos inteligentes, não
chegam sobre os objetos que desejamos iluminar, senão tomando a tinta ou
melhor, a forma própria e particular desses médiuns.” ( O Livro dos
Médiuns - Allan Kardec, 2ª parte –
cap.XIX, item 225).
Qualquer
indivíduo que edifique seus relacionamentos sobre alicerces não assentados na
honestidade estará construindo em terreno arenoso. Suas relações – sociais,
afetivas, familiares, profissionais, ou mesmo extra-sensoriais – não resistirão
à “fragilidade do solo” e às “intempéries do tempo”, se não utilizar de clareza
consigo mesmo e com os outros.
Honestidade será
sempre a melhor política em todas as situações da vida. Abandonar o “palco da
vida” liberando-se das máscaras requer esforço e coragem.
Confúcio o mais
célebre filósofo chinês, disse: “Vencer-se a si mesmo, controlar suas paixões,
desenvolver o seu coração a honestidade que ele herdou da Natureza, eis a
virtude perfeita. Que vossos olhos, vossos ouvidos, vossa língua, tudo em vós
seja nas regras da honestidade”.
O mecanismo
psicológico de rejeitar atitudes, impulso ou sentimentos e culpar os outros, de
forma que a auto-condenação se torne uma acusação a outra pessoa, denomina-se “projeção”.
Podemos dizer que o indivíduo tenta apaziguar seu suposto “inimigo interior” projetando-o no mundo exterior.
Atribuímos aos
outros a responsabilidade por situações desagradáveis e afirmamos que são eles
que sentem ou fazem aquilo do qual nos incriminamos.
Na infância,
esse disfarce psicológico se verifica claramente quando a criança não gosta de
alguém, afirmando que essa pessoa a provoca ou a hostiliza. No colégio, quando
não consegue boas notas, diz-se tratada injustamente pelos professores, ou
mesmo, no surgimento de uma desavença ou discussão, sempre como agressora uma
outra criança.
Quando as criaturas
usam esse mecanismo de maneira indiscriminada, elas perpetuam a ignorância de si
mesmas, ou seja, ficam inabilitadas para reconhecer a causa dos fatos e
acontecimentos que ocorrem em sua vida.
Negar os
próprios sentimentos e emoções indica auto-desonestidade. Ser honestos com nós
mesmos implicará, por conseqüência, uma postura interior que dificilmente nos
levará a ser falsos com os outros.
Relacionamentos obscuros
e mal definidos nos causam fadiga, medo, e diversas doenças. Especialistas da
medicina psicossomática dizem que, por não queremos admitir nossos sentimentos,
deterioramos certas estruturas íntimas, o que nos desorganiza emocionalmente e
psicologicamente.
Sentir casualmente
ciúme, medo, raia, insegurança, desejos sexuais, não faz de nós indivíduos
melhores ou piores. O que moralmente nos afeta é o que vamos fazer ou não fazer
com esses mesmos sentimentos ou emoções. Revelá-los não significa que iremos
nos tornar indivíduos instintivos, brutos libertinos ou malcriados, mas, sim,
que somos honestos com nós mesmos e sinceros com os outros. Nossa cruz tem a
carga proporcional à ocultação daquilo que atrelamos a ela.
Uma coisa é
sentir, outra executar; ainda mais absurdo é projetar nossas faltas nos outros,
como se nada tivéssemos a ver com elas. Na parábola contada por Jesus, o
fariseu projetou a própria sombra no publicano: Isso lhe dava um grande
bem-estar e lhe trazia, sob muitos aspectos, uma sensação de supremacia. (Jesus - Lucas 18 : 9-14)
Precisamos adquirir
o hábito sadio de averiguar como se processa em nossa intimidade a forma de
perceber, sentir, justificar e argumentar diante da vida. É importante saber o
porquê de nossas decisões, ações e reações.
Os sentimentos e
pensamentos tem odores distintos. Cada criatura possui cheiro característicos,
que pode ser identificado, pois é estritamente individual. Não só os
sensitivos, mas qualquer um pode distinguir os aromas das auras. Elas emitem
vibrações odoríficas, que se desprendem da postura íntima das criaturas.
Nosso sistema
nervoso nos dá uma sensibilidade generalizada do cosmo físico e do
perispiritual. Nosso olfato se manifesta através de um complexo de extruturas
nervosas – células olfatórias - , o qual nos oferece a capacidade de registrar
os odores, não apenas os físicos mas igualmente os astrais, todos emanados das
energias que nos rodeiam.
A atmosfera
astral da pessoa íntegra e honesta causa um impacto doce, agradável e
perfumado, já que é composta de fragrâncias florais e adocicadas, com efeitos
salutares e revigorantes. Enquanto que as das criaturas envolvidas em fluidos
pesados exala cheiros de natureza acre, repelentes e insuportáveis.
Interessante notar
que é muito comum as pessoas sentirem odores malcheirosos de decomposição – de flores
ressequidas, substancias alcoólicas ou tabaco – em ambientes onde existem
entidades de baixo teor vibratório.
“Andai em amor,
assim como Cristo também nos amou e se entregou por nós a Deus, como oferta e sacrifício
de odor suave.” (Paulo – Efésios, 5:2).
Amor é o mais
honesto e digno dos sentimentos. O “odor suave” que se desprende da alma de um
ser atesta seu grau de espiritualidad ou de grandiosidade de seu amor,
importante observar que amor e espiritualidade têm características harmônicas e
indissociáveis.
“(...) nós somos
com as luzes que clareiam certos pontos de vista morais, filosóficos e
internos, através de médiuns azuis, verdes ou vermelhos (...)”
Sendo o
sensitivo intérprete dos mensageiros espirituais, é compreensível que a palavra
articulada ou escrita contenha algo deles: “ (...) nossos raios luminosos
obrigados a passarem através de vidros mais ou menos bem trabalhados, mais ou
menos transparentes, quer dizer, por médiuns mais ou menos inteligentes, não
chegam sobre os objetos que desejam iluminar, senão tomando a tinta, ou melhor,
a forma própria e particular desses médiuns. (...).”
Porém, o
medianeiro que se “auto-desconhece” encontrará muito mais dificuldades para
diferenciar o que faz parte de seu mundo do que pertence realmente aos
espíritos comunicantes. Pode alterar de forma significativa o ponto de vista do
Espírito, adulterando profundamente seus conceitos, modificando o teor de suas
palavras e distorcendo sua informação.
“O ser
translúcido” é aquele que adquiriu a qualidade de deixar passar a luz
espiritual de forma nítida, sem permitir que obstáculos maiores prejudiquem a
autenticidade das manifestações transcendentais. Ele reconhece perfeitamente os
próprios sentimentos e emoções.
Por se conhecer
relativamente bem, não transfere o “lado desconhecido” de sua personalidade
para coisas, situações ou pessoas que vivem fora ou dentro da matéria densa.
Livro: A
Imensidão dos Sentidos
aprendendo a lidar com a sua
Mediunidade.
Espírito: Hammed
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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