"Deixai
crescer ambos juntos até à ceifa e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei
primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar." – Jesus / MATEUS,
13:30.
Quando Jesus
recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, não quis senão
demonstrar a sublime tolerância celeste, no quadro das experiências da vida.
O Mestre nunca
subtraiu as oportunidades de crescimento e santificação do homem e, nesse
sentido, o próprio mal, oriundo das paixões menos dignas, é pacientemente
examinado por seu infinito amor, sem ser destruído de pronto.
Importa
considerar, portanto, que o joio não cresce por relaxamento do Lavrador Divino,
mas sim porque o otimismo do Celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória
final do bem.
O campo do
Cristo é região de atividade incessante e intensa. Tarefas espantosas mobilizam
falanges heróicas; contudo, apesar da dedicação e da vigilância dos trabalhadores,
o joio surge, ameaçando o serviço.
Jesus, porém,
manda aplicar processos defensivos com base na iluminação e na misericórdia. O
tempo e a bênção do Senhor agem devagarinho e os propósitos inferiores se
transubstanciam.
O homem comum
ainda não dispõe de visão adequada para identificar a obra renovadora. Muitas
plantas espinhosas ou estéreis são modificadas em sua natureza essencial pelos
filtros amorosos do Administrador da Seara, que usa afeições novas, situações
diferentes, estímulos inesperados ou responsabilidades ternas que falem ao coração;
entretanto, se chega a época da ceifa, depois do tempo de expectativa e
observação, faz-se então necessária a
eliminação do joio em molhos.
A colheita não é
igual para todas as sementes da terra. Cada espécie tem o seu dia, a sua
estação.
Eis por que,
aparecendo o tempo justo, de cada homem e de cada coletividade exige-se a
extinção do joio, quando os processos transformadores de Jesus foram recebidos
em vão. Nesse instante, vemos a individualidade ou o povo a se agitarem através
de aflições e hecatombes diversas, em gritos de alarme e socorro, como se estivessem
nas sombras de naufrágio inexorável. No entanto, verifica-se apenas a destruição
de nossas aquisições ruinosas ou inúteis. E, em vista do joio ser atado, aos
molhos, uma dor nunca vem sozinha.
Livro:
Vinha de Luz
Emmanuel
/ Chico Xavier.
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