sábado, 1 de fevereiro de 2014

ESPAÇO ENTRE AS PROVAS - Miramez

0263/LE
O Espírito não tem condições de escolher, logo após a desencarnação, quando deverá ocorrer sua próxima vida na Terra, principalmente se ele está envolvido pelas paixões terrenas. É necessário que tenha um tempo. Pode acontecer a um Espírito mais consciente de seus deveres, reencarnar logo, mesmo assim é muito raro não haver intervalo entre as duas vidas.
Não podemos precisar ao certo a duração desses intervalos. Tudo, tornamos a dizer, é relativo.
Os Espíritos inferiores, relata "O Livro dos Espíritos", acreditam na eternidade das penas. A sua mente foi trabalhada nisso por muitos anos e o condicionamento não cede lugar facilmente para outras idéias, a não ser com o trabalho do tempo. Há Espíritos que demoram séculos para voltar à carne, e outros, pouco tempo; depende das necessidades de cada um e da vontade de Deus.
A Doutrina Espírita evita o equívoco sobre as leis, que as velhas religiões interpretaram mal e nas quais, ainda mais, acrescentaram leis humanas, enxerto esse com vista aos lucros materiais, para submeter as almas aos seus caprichos. O Espiritismo dá lições valiosas no sentido de libertação, ganhando tempo, de maneira que o Espírito, logo depois da libertação física, passa a entender com mais facilidade o mundo em que foi chamado a servir.
Tudo precisa de preparo, e o Pai Celestial não Se esqueceu de escolas de todas as naturezas, estendidas em profusão por todos os mundos habitados, e certamente nos mundos espirituais, onde os Espíritos puros e inferiores trocam, em todos os encontros, experiências necessárias ao crescimento de cada um.
O objetivo da vida é despertar os valores do Espírito, dar-lhe condições para que ele cuide de si mesmo, sob as bênçãos do Criador. Quem começa a conhecer essas verdades passa a persuadir-se a si mesmo, porque somente Deus e ele sabem cuidar das suas necessidades.
Tudo o que vier de fora servirá como toque, mas as decisões e a vivência devem nascer de dentro, pelo esforço próprio.
Não há violência pelas forças superiores; há exposição pelos comandos maiores. Quando a alma já deixa a carne com algum conhecimento, ela avança com mais rapidez no seu despertamento espiritual. No fundo de todas as escolhas aparece a própria individualidade, pois, quando essa escolha não é feita pela razão, ela ocorre de acordo com as necessidades de progredir.
O mundo é um fruto que já denuncia maturidade. A humanidade passa por processos inumeráveis de entendimento, de modo a perceber, por meios diversos, as leis que lhe podem indicar o caminho, a verdade e a vida.
As leis são as mesmas, tanto no mundo espiritual quanto na Terra. Certas mudanças se referem ao estado em que se encontra a alma. Quantas pessoas nascem e logo após o nascimento desencarnam? Quantos aqui permanecem por pouco tempo, e muitos outros alcançam idades avançadas? Assim também o Espírito. No mundo espiritual, uns permanecem nele por pouco tempo; outros, mais ou menos tempo, e alguns, por muitos séculos.
Que Deus nos abençoe, para conhecermos mais e mais as Suas leis que, por enquanto, começamos a entender.
Livro: Filosofia Espírita. Vol. VI
Miramez / João Nunes Maia.
Estudando O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Escolha das provas
263. O Espírito faz a sua escolha logo depois da morte?
Não, muitos acreditam na eternidade das penas, o que, como já se vos disse, é um castigo.

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