É natural que
queiramos saber a visão espírita sobre o carnaval. O que o Espiritismo diz
sobre o assunto?
Opiniões
materialistas de apoio e espiritualistas de condenação reforçam a consagrada
dicotomia entre o mal e o bem, a sombra e a luz, o errado e o certo, o material e o espiritual. A visão
maniqueísta do a favor ou do contra, do conflito entre dois lados opostos, é
tendência comum para registrar o posicionamento de adeptos e críticos ante a
curiosa temática.
Por mais que
argumentemos, eis uma questão que continuará suscitando acerbas discussões
durante muito tempo, até que ela deixe de ter importância. Ainda não é a nossa
situação. Falar sobre o carnaval é necessário, pois vivemos a festividade
anualmente, com data marcada: a mais comemorada e outras tantas, que se
prolongam no decorrer do ano em várias regiões do país e do planeta.
Para que
possamos entender melhor o tema, é necessário que percebamos o seu real
significado. A par de todas as movimentações de planejamentos e preparativos,
ações e zelo – que denotam certa arte e cultura na apresentação de desfiles com
seus carros alegóricos e foliões -, somadas as festividades de matizes
diversificados, em que grupos se reúnem para comemorações sem medida, não
podemos deixar de reconhecer que o carnaval é uma festa espiritual.
O culto à carne
evoca tudo o que desperta materialidade, sensualidade, paixão e gozo. O forte
apelo do período que antecede, acompanha e sucede o evento ao deus Mamon guarda
íntima relação com o conúbio de energias entre os dois planos da vida, o físico
e o extrafísico, alimentado pelos participantes, “vivos de cá e de lá”, que se
deleitam em intercâmbio de fluidos materialmente imperceptíveis à maioria dos
carnavalescos encarnados.
Vivemos em
constante relação de intercâmbio, conectando-nos com os que nos são afins pelos
pensamentos, gostos, interesses e ações. Sem que nos apercebamos, somos
acompanhados por uma “nuvem de testemunhas”, que retrata nossa situação íntima.
Não cabe a
análise sob a ótica de proibições ou cerceamento de vontades. Todos somos
livres para fazer as escolhas que julgarmos convenientes. Porém, não podemos
nos esquecer de que igualmente somos responsáveis, individual ou coletivamente,
pelas opções definidas em nossa vida.
O Espiritismo
não condena o carnaval, mas, também, não estimula suas festividades. Nesse
período são cometidos excessos de todos os graus, com abusos e desregramentos
no âmbito do sexo, das drogas, da violência; exageros que extravasam
desequilíbrio e possibilitam a atuação de espíritos inferiores que se
locupletam com a alimentação de fluidos densos formadores de uma ambiência
espiritual de baixo teor vibratório.
Carnaval é, de fato, uma festa espiritual.
Porém, eu não quero participar dessa festa. E você?
O espírita
verdadeiro pode e deve aproveitar o feriado prolongado para estudar, trabalhar,
ajudar aos outros e conectar-se com o Plano Maior da Vida em elevada
festividade espiritual que nos faz bem, proporcionando real alegria e plenitude
ao Espírito imortal.
http://www.febnet.org.br
Penso que, quando Deus criou o homem, deu-lhe apenas a inteligência e o livre-arbítrio e lhe disse: faça o resto e seja herdeiro de si mesmo. De bom ou de mal, todos os seres serão responsáveis e arcarão com o que fizerem de si, dos demais e dos ambiente em que se encarnou. Deus está no comando, e nós estamos nos esforçando. "A cada um segundo suas obras" - está é a maior máxima.
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