0840/LE
É um dever da
sociedade organizada reprimir os atos que a possam perturbar. Existem crenças
que manifestam publicamente conceitos capazes de confundir e desorientar
pessoas, e mesmo estimular certos vícios em alguns dos que lhes seguem as
orientações.
É para tanto que
a sociedade tem a força orientada para reprimir qualquer quisto que lhe venha trazer
embaraços e desarmonia; no entanto, a crença íntima que os dirigentes têm, elas
se conservam intactas em amadurecimento, para se transformarem naquilo que seja
a vontade do Criador.
Na intimidade da
alma, somente Deus pode intervir, usando a própria alma, objetivando a
transformação espiritual.
É com o objetivo
de manter a ordem na ação das criaturas que as nações do mundo mantêm organizações
oficiais. Porém, por dentro, somente o tempo, que não deixa de ser as mãos de Deus,
pode ter acesso na educação dos povos.
O dever do
governo estabelecido é reprimir os atos das crenças que prejudicam a sociedade,
porém, o mundo interno de cada crente é inacessível a qualquer ser, que deseja
investir no seu terreno íntimo; é área reservada a ele e a Deus. É por isso que
não devemos julgar os outros no seu comportamento, fazendo-o somente quando
esse comportamento possa prejudicar os outros.
Mesmo assim,
existem departamentos que cuidam dessas modalidades e os podem reprimir, não a
intimidade, mas os atos.
Compreendamos,
pois, a necessidade de tolerância entre os instrutores da humanidade para com
os seus seguidores e os que não aceitam corretivos para o seu aprimoramento
espiritual.
Estes, algum
dia, aceitarão o Evangelho e passarão a caminhar com o Cristo no coração e descobrir
Deus na consciência. Vamos buscar em Paulo, novamente, alguns traços de entendimento
que possam estabelecer em nós, e para com os outros, a paz: Quem come, não
despreze ao que não come; e o que não come, não julgue o que come, porque Deus
o acolheu. Paulo / Romanos, 14:15.
Não temos o
direito de impedir os sentimentos de quem quer que seja. A vida do próximo é dele;
as suas contas, ele terá de acertar com Deus e com mais ninguém. Os
compromissos assumidos são de responsabilidade d'Aquele que os fez. Os nossos
irmãos têm, por vezes, compromissos de que já não precisamos mais, assim, não
devemos julgá-los porque são diferentes dos nossos.
Reprimir os
atos, quando estamos sendo instrumento da lei da Terra, sem violentar a intimidade,
é certo, mas nunca passar disso, para que não nos aconteçam coisas piores.
A liberdade de
pensar é divina, e nela não devemos nos intrometer.
Se queremos
ajudar aos que se encontram na retaguarda, vivamos uma vida de nobreza,
acompanhando Jesus, que essa força do bom exemplo, em silêncio faz muita coisa
em favor dos que precisam de conselhos.
Deus inspira a
todos a seguirem o caminho que lhes garante a paz de consciência, porque somente
Ele a conhece e sabe ativá-la.
Pedimos a Deus e
a Jesus que nos ajudem a compreender melhor todas as suas leis, principalmente
as mais visíveis para nós.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume XVII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
840. Será
atentar contra a liberdade de consciência pôr óbices a crenças capazes de
causar perturbações à sociedade?
Podem
reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível.
A.K.: Reprimir
os atos exteriores de uma crença, quando acarretam qualquer prejuízo a
terceiros, não é atentar contra a liberdade de consciência, pois que essa
repressão em nada tira à crença a liberdade, que ela conserva integral.
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