Amar os inimigos é, para o incrédulo, um contra-senso. Aquele para quem a vida presente é tudo, vê no seu inimigo um ser nocivo, que lhe perturba o repouso e do qual unicamente a morte. pensa ele, o pode livrar. Daí, o desejo de vingar-se. Nenhum interesse tem em perdoar, senão para satisfazer o seu orgulho perante o mundo. Em certos casos, perdoar-lhe parece mesmo uma fraqueza indigna de si. Se não se vingar, nem por isso deixará de conservar rancor e secreto desejo de mal para o outro.
Para o crente e, sobretudo, para o espírita, muito diversa é a maneira de ver, porque suas vistas se lançam sobre o passado e sobre o futuro, entre os quais a vida atual não passa de um simples ponto. Sabe ele que, pela mesma destinação da Terra, deve esperar topar aí com homens maus e perversos; que as maldades com que se defronta fazem parte das provas que lhe cumpre suportar e o elevado ponto de vista em que se coloca lhe torna menos amargas as vicissitudes, quer advenham dos homens, quer das coisas. Se não se queixa das provas, tampouco deve queixar-se dos que lhe servem de instrumento. Se, em vez de se queixar, agradece a Deus o experimentá-lo, deve também agradecer a mão que lhe dá ensejo de demonstrar a sua paciência e a sua resignação. Esta idéia o dispõe naturalmente ao perdão. Sente, além disso, que quanto mais generoso for. tanto mais se engrandece aos seus próprios olhos e se põe fora do alcance dos dardos do seu inimigo.
O homem que no mundo ocupa elevada posição não se julga ofendido com os insultos daquele a quem considera seu inferior. O mesmo se dá com o que, no mundo moral, se eleva acima da humanidade material. Este compreende que o ódio e o rancor o aviltariam e rebaixariam. Ora, para ser superior ao seu adversário, preciso é que tenha a alma maior, mais nobre, mais generosa do que a desse último.
(Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo XII ).
www.febnet.org.br.
Minha pequena contribuição: Dizem que o inimigo é como um espinho em nossas vidas..., logo, você só o tem porque quer, pois, espinhos nós podemos tirá-lo de nós: quando Jesus nos asseverou: amai os vossos inimigos, orai pelos que vós perseguem e caluniam a fim de seres chamados de filhos do Altíssimo, nos convidou a sermos de Deus, e o Pai é todo Amor e Bondade, logo, se dizemos que somos seus filhos, de forma alguma podemos ter o outro como nosso inimigo. Ele é nosso irmão de jornada que está temporariamente adoentado e carece de nossa compreensão, respeito e carinho. Pense Nisto! Antônio Ramos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário