“Porque, noutro
tempo, éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz.” Paulo / Efésios, 5:8.
Não conseguimos
pensar em reencarnação sem nos lembrar do carma, e, sobre esse assunto, existem
alguns pontos a serem elucidados à luz da Doutrina espírita.
Confunde-se
muito o carma como uma coisa negativa, ruim, que está sempre ao nosso enlaço,
preparando-nos algo indigesto e temeroso, e essa interpretação tem atribuído à
lei do Carma um significado temido, obscuro demais.
Tudo, exatamente
tudo o que passamos, falamos ou fazemos emite vibrações e afeta nosso meio
ambiente e, consequentemente, coisas, objetos e pessoas a nossa volta.
Às vezes, essas
vibrações são boas e auxiliam de alguma forma alguém ou alguma coisa; em outras
oportunidades, elas podem ser desprovidas de qualquer qualidade e não afetam de
forma significativa nada e ninguém; já em outras ocasiões, podem ser
pensamentos e atos ruins que geram, por sua vez, vibrações negativas e conseqüentes
pertubarções no ambiente e nas pessoas.
A lei divina do
Carma diz que toda a ação resultará em uma reação equivalente, mas é essa
equivalência que não sabemos definir, pois sempre nos faltarão recursos e
conhecimentos da situação de cada um, cuja apreciação só cabe ao Grande Soberano.
Utilizando um
prático exemplo, imaginemos uma batalha campal, daquelas que vemos em filmes,
na qual o objetivo de ambos os exércitos é o mesmo: eliminar o inimigo. Enquanto
o confronto se desenrola aos nossos olhos mentais, mostrando-nos todos os combatentes
empenhados na mesma missão, a de destruir e matar seus opositores, só podemos
verificar os gestos mais cruéis ou valentes de cada soldado, o valor ou a
covardia. E, se fôssemos chamados a julgá-los num tribunal divino, ainda usando
nossa imaginação, faríamos esse julgamento utilizando nossos padrões e
conhecimentos das leis humanas, que, como sabemos, são falhas e corruptível, abordando
somente os efeitos, sem conhecer a causa original de todos os atos que envolvem
os acontecimentos.
Já essa mesma
batalha, se observada pela percepção Divina, da qual a alma nada consegue
esconder ou camuflar, seria vista na sua individualidade nos mínimos detalhes
do pensamento e da vontade, entendendo que os sentimentos da cada combatente
diferem desde a legítima defesa até o ódio sanguinário com requintes de
crueldade. O julgamento, como podemos analisar, seria uma justiça
inquestionável.
Assim, quando
virmos alguém cometendo algum ato que consideramos menos digno ou errado (de
acordo com nossoentendimento), deveremos lembrar das limitações em nosso
julgamento e deixar isso ao critério da Justiça Divina. Não devemos comentar
maldosamente ou depreciar o irmão em falta, porque assim como fizermos ao nosso
semelhante, também o Pai fará a nós. Nossas faltas serão vistas e julgadas por
Aquele que conhece o mais profundo de nosso ser, nossas fraquezas e
imperfeições e o desejo de sermos felizes.
De uma forma
branda e piedosa, a corrigenda de nossos errôneos atos virá e, como em uma única
existência seria impossível quitarmos todos os nossos prováveis débitos, o Pai
nos concede muitas novas encarnações, nas quais, com uma nova roupagem física,
em uma nova família e um ambiente onde estejamos mais bem capacitados para
desempenhar novas tarefas evolucionistas, temos a chance de, com calma,
realizar nossa quitação com a contabilidade divina.
Ainda em relação
à lei da compensação, um fator importante a ser observado é que todas as boas
vibrações e tudo de bom que fizermos à humanidade terão um valor positivo em
nosso débito cármico, diminuindo-o e, se adotamos os ensinamentos do Cristo
como nosso modo de viver e ser, poderemos, através das boas obras, eliminá-lo
por completo, passando a viver desde já o reino de paz, prometido pelo Mestre
Jesus.
Livro: O Valor
da Vida.
Humberto Pazian.
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