“Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenados pela
luz, porque a luz tudo manisfesta. – Paulo / Efésios, 5:13.
Pelo estudo
atento das obras de Allan Kardec e muitas outras obras que deram continuidade
aos esclarecimentos espirituais, podemos registrar que todo ato, e até
pensamentos, envolve o corpo espiritual com suas energias, que, de acordo com o
teor – boas ou más, positivas ou negativas -, afetarão de forma direta nossa
existência, trazendo alívio às impurezas desse corpo ou deficiências, para que,
através das nossa experiências e lições da vida, possamos harmonizá-lo ou
curá-lo. Recordemos que muitas foram nossas vidas com seus acertos e
desacertos, portanto a higiene mental é de grande importância para nossa saúde
integral.
Embora muitos de
nós conheçamos tudo o que foi mencionado até agora e procuremos viver de acordo
com a harmonia divina, ainda estamos “limpando” nosso carma, devido a ações
errôneas do passado, trazendo muitas vezes, no copo físico, ou melhor dizendo,
no perispírito, as marcas de nossos “erros”. No entanto, devemos tomar o devido
cuidado para não generalizarmos e concluirmos que toda pessoa com problemas
físicos nesta encarnação tenha sua origem em suicídios nas encarnações
passadas.
Os desígnios
divinos são insondáveis e, aos nossos olhos, variadas são suas formas de agir.
No livro “Ação e
reação”, também psicografado por Francisco Cândido Xavier, temos dois exemplos,
dos milhares que podem existir, de como essa cobrança pode ser manifestada. Na página
93 o instrutor Sânzio observa:
“Da justiça ninguém
fugirá, mesmo porque a nossa consciência, em acordando para a santidade da
vida, aspira a resgatar dignamente todos os débitos em que se onerou perante a
Bondade de Deus; entretanto, o Amor Infinito do Pai Celeste brilha em todos os
processos de reajuste. Assim é que, se claudicarmos nessa ou naquela
experiência indispensável à conquista da Luz que o supremo Senhor nos reserva,
é necessário nós adaptemos à justa recapitulação das experiências frustradas,
utilizando os patrimônios do tempo. Figuremos um homem acovardado diante da
luta, perpetrando o suicídio aos quarenta anos de idade, no corpo físico. Esse homem
penetra no mundo espiritual sofrendo as conseqüências imediatas do gesto infeliz,
gastando tempo mais ou menos longo, segundo as atenuantes e agravantes de sua
deserção, para recompor as células do veiculo perispirítico e logo que
oportuno, quando torna a merecer o prêmio de um corpo carnal na Esfera Humana,
dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao
suicídio na idade preciosa que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia,
porque as imagens destrutivas que arquivou em sua mente desdobrar-se-ão diante
dele, através do fenômeno a que podemos chamar “circunstâncias reflexas”, dando
azo a recônditos desequilíbrios emocionais que o situarão, logicamente, e3m
contato com as forças desequilibradas que se lhe ajustam ao temporário modo de
ser. Se esse homem não houver amealhado recursos educativos e renovadores em si
mesmo, pela prática da fraternidade e do estudo, de modo a superar a crise
inevitável, muito dificilmente escapará ao suicídio de novo, porque as
tentações, não obstante reforçadas por fora de nós, começam em nós e
alimentam-se de nós mesmos.”
Isso explica o
desejo inconsciente que muitas pessoas sentem pelo suicídio, embora nenhum
motivo aparente, presente na atual encarnação, seja forte o suficiente para
sugestioná-las para tal ato.
Analisando o
assunto, através de inúmeras orientações prestadas nos trabalhos assistenciais
de casas espíritas, podemos observar que, em muitos casos, o pretenso suicida,
mesmo possuindo um conhecimento mais profundo das verdades espirituais, bem com
os fatos prováveis que lhe sucederiam além-túmulo, mesmo assim, como se uma
névoa lhe entorpecesse os sentidos, a amargura e a ansiedade dominavam,
trazendo-lhe uma idéia fixa, um desgosto pela vida e o desejo de abandoná-la. Ainda
que percebesse que não havia motivos suficientemente fortes para tal desdita,
ou falência dos valores morais, impulsionado pelos algozes espirituais,
permanecia inflexível.
Graças ao
trabalho dos incansáveis mensageiros e trabalhos espirituais da vinha do
Mestre, quase todos casos encontraram auxílio e restabelecimento das funções psíquicas
e espirituais, dando a esses companheiros um novo alento e um novo passo na ascensão
espiritual.
Alguns, poucos,
é verdade, não tiveram a mesma sina.
Continuando,
ainda no mesmo livro, página 171, temos o seguinte comentário do instrutor
Silas sobre a reencarnação de um suicida:
“... Foi assim
que Jorge e Marina, livres, casaram-se, recolhendo na Terra a comunhão afetiva
pela qual suspiravam; entretanto, dois ano após o enlace, receberam Zilda em
rendado berço, como filhinha estremecida. Mas... desde os primeiros meses do
rebento adorado, indentificaram-lhe a dolorosa prova. Zilda, hoje chama Nilda,
nasceu surda-muda e mentalmente retardada em conseqüência do trauma
perispíritico experimentado na morte por envenenamento voluntário. Inconsciente
e atormentada nos refolhos do ser pelas recordações asfixiantes do passado,
chora quase dia e noite...”.
Muitos casos,
narrados em dezenas de livros espíritas, e outros não escritos, mas
psicografados por entidades espirituais, nos fazem crer que não há uma regra
específica, mensurada pelos parâmetros humanos. Embora se aperceba que, com
certa freqüência, os suicidas trazem no perispírito as marcas reprodutoras de
seus derradeiros atos, sua manifestação física, entretanto, depende da balança
divina, onde cada motivo tem peso específico e interpretação individual.”
Livro: O Valor
da Vida.
Humberto Pazian.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
93. O Espírito
propriamente dito vive a descoberto ou, como pretendem alguns, envolvidos por
alguma substância?
— O Espírito é envolvido por uma substância
que é vaporosa para ti, mas ainda bastante grosseira para nós; suficientemente
vaporosa, entretanto, para que ele possa elevar-se na atmosfera e
transportar-se para onde quiser.
Comentário de
Kardec: Como a semente de um fruto é
envolvida pelo perisperma o Espírito propriamente dito é revestido de um
envoltório que, por comparação, se pode chamar períspirito.
94. De onde tira o Espírito o seu envoltório
semimaterial?
— Do fluído universal de cada globo. É por
isso que ele não é o mesmo em todos os mundos; passando de um mundo para outro,
o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.
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