“E
disse-lhe um: Senhor, são poucos os que se salvam E Ele lhe respondeu: Porfiai pó
entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e
não poderão.” – Jesus / Lucas, 13: 23-24.
Na esperança de
pôr fim ao desespero que o envolve e domina, o infeliz irmão que, contrariando
as leis de Deus, atenta contra a própria vida, percebe, espantado, no outro
mundo, que, além de conservar a consciência da vida que se findou, acresce-a de
sofrimentos novos que o aguardam no além-túmulo.
Léon Denis,
grande estudioso, orador, filósofo e divulgador espírita, contemporâneo de
Kardec, em seu livro: “Depois da Morte”, elucida o assunto com Objetividade:
“A situação dos
suicidas em analogia com a dos criminosos; muitas vezes, é ainda pior. O suicídio
é uma covardia, um crime cujas conseqüências são terríveis. Segundo a expressão
de um Espírito, o suicida não foge ao sofrimento senão para encontrar a
tortura. Cada um de nós tem deveres, uma missão a cumprir na Terra, provas para
suportar para nosso próprio bem e elevação. Procurar subtrair-se, libertar-se
dos males terrestres antes do tempo marcado é violar a lei natural, e cada
atentado contra essa lei traz para o culpado uma violenta reação. O Suicídio não
põe termo aos sofrimentos físicos nem morais. O Espírito fica ligado a esse
corpo carnal que esperava destruir; experimenta, lentamente, todas as fases de
sua decomposição; as sensações dolorosas multiplicam-se, em vez de diminuírem. Longe
de abreviar sua prova, ele a prolonga indefinidamente; seu mal-estar, sua
perturbação persistem por muito tempo depois da destruição do invólucro carnal.”
Muitos permanecem
perambulando no além, vagando a esmo, presos às próprias recordações e às imagens
a elas associadas. Vivem a todo instante suas aflições e amarguras chegando ao
ápice do desespero, por julgarem-nas eternas e infindáveis.
Em muitas
ocasiões, sentem o desfalecimento por um breve lapso dos sentidos espirituais,
ressurgindo, com grande volúpia, o terror das imagens e das vozes alucinantes
que torturam sem trégua o infeliz incauto.
Alguns são
mentalmente aprisionados por entidades afins, que aumentam seus suplícios,
fazendo-os vagar junto a orlas de seres amotinados contra a Divindade, que nada
mais fazem do que postergar o reinício da caminhada evolutiva, que, no momento
certo, por bondade do Altíssimo, chegará.
Por esses
infelizes irmãos, a misericórdia divina fará também sua intercessão, e, no
momento em que o arrependimento cingir-lhes o espírito enlutado, a luz do
Divino abrirá o caminho do obscuro umbral, em que suas consciências se alinham,
até os postos de retificação espiritual, verdadeiros oásis de amor existentes
em diversas regiões no espaço, organizados por enviados e mensageiros do
Cristo, onde as almas sedentas de pazencontram abrigo e pousada.
Livro: O Valor
da Vida.
Humberto Pazian.
ÓTIMA REFLEXÃO
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