Não há nada a
nos censurar por apreciamos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o
único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o
padrão vivencial do outro.
Se tivemos o
hábito de investigar nossos comportamentos autodestrutivos e fizemos uma análise
desses antecedentes históricos em nossa vida, poderemos, cada vez mais,
compreender o porquê de permanecemos presos em certas áreas prejudiciais à
nossa alegria de viver.
Esses
comportamentos infelizes a que nos referimos não são apenas as atitudes evidentemente
desastrosas, mas os diminutos atos cotidianos que podem passar como aceitáveis
e completamente admissíveis. Entretanto, tais atos são os grandes perturbadores
de nossa paz interior.
Muitos
indivíduos não se preocupam em estudar as raízes de seus comportamentos rotineiros,
porque acreditam que, para assumir a responsabilidade da renovação íntima,
precisariam despender um enorme sacrifício. Sendo assim, preferem permanecer
apegados aos antigos costumes, utilizando-se dos preconceitos e de crenças
distorcidas, sem se darem conta de que estes são as matrizes de seus pontos
vulneráveis.
Para afastar
todo e qualquer anseio de transformação interior, utilizam-se de um processo psicológico
denominado “racionalização” — artifício criado para desviar a atenção dos “verdadeiros
motivos” das atitudes e ações — para se verem livres das “crises de
consciência”,procurando assim justificar os fatos inadequados de suas vidas.
Somente
alteraremos nossos atos e atitudes doentios quando tomarmos plena consciência
deque são eles as raízes de nossas perturbações emocionais e dos inúteis
desgastes energéticos. É examinando nosso dia-a-dia à luz das escolhas que
fizemos ou que deixamos de fazer é que veremos com clareza que somos, na
atualidade, a “soma integral” de nossas opções diante da vida.
Os indivíduos
que possuem o hábito da critica destrutiva estão, em verdade, dissimulando outras
emoções, talvez a inveja ou mesmo o despeito. Existem posturas efetuadas tão costumeiramente
e que se tomam tão imperceptíveis que poderíamos denominá-las “atitudes crônicas”.
A inveja é
definida como sendo o desejo de possuir e de ser o que os outros são, podendo tomar-se
uma atitude crônica na vida de uma criatura. É uma forma de cobiça, um desgosto
em face da constatação da felicidade e superioridade de outrem.
Observar a
criatura sendo, tendo, criando e realizando provoca uma espécie de dor no invejoso,
por ele não ser, não ter, não criar e não realizar. A inveja leva, por
conseqüência, à maledicência, que tem por base ressaltar os equívocos e
difamar; assim é a estratégia do depreciador: “Se eu não posso subir, tento
rebaixar os outros; assim, compenso meu complexo de inferioridade”.
A inveja nasce
quase sempre por nos compararmos constantemente com os outros. Nessa comparação,
o homem desconhece o fato de sua singularidade, possuidor de expressões íntimas
completamente diferente das dos outros seres. É verdade, porém, que possuímos
algumas semelhanças e características comuns com outros homens, mas, em
essência, somos almas criada sem diferentes épocas pelas mãos do Criador e, por
isso, passamos por experiências distintas e trazemos na própria intimidade
missões peculiares.
Anormalidade,
normalidade, sobrenaturalidade e paranormalidade são de fato catalogações da
incompreensão humana alicerçadas sobre as chamadas comparações.
A ausência do
amadurecimento espiritual faz com que rotulemos, de forma humilhante e pretensiosa,
os credos religiosos, a heterogeneidade das raças, os costumes de determinados
povos,as tendências sexuais diferentes, os movimentos sociais inovadores, as
decisões, o comportamento,o sucesso dos outros e muitas coisas ainda. Tudo isso
ocorre porque não conseguimos digerir com ponderação a grandeza do processo
evolutivo agindo de forma diversificada sob as leis da Natureza.
O autêntico
impulso natural quer que sejamos simplesmente nós mesmos. Não faz parte dos impulsos
inatos da alma humana a pretensão de nos considerarmos melhor que as outras
pessoas. O que devemos fazer é admirar-nos como somos, é respeitar nossas
diferenças e reconhecer nossos valores.
O extraordinário
educador Rivail questiona os Mensageiros do Amor: “Os Espíritos inferiores
compreendem a felicidade do justo?”. E eles respondem com notável orientação:
“... isso lhes é um suplício, porque compreendem que estão dela privados por
sua culpa...”
A inveja é o
extremo oposto da admiração. É uma ferramenta cômoda que usamos sempre que não
queremos assumir a responsabilidade por nossa vida. Ela nos faz censurar e
apontar as supostas falhas das pessoas, distraindo-nos a mente do necessário
desenvolvimento de nossas potencialidades interiores. Em vez de nos esforçarmos
para crescer e progredir, denegrimos os outros para compensar nossa indolência
e ociosidade.
Não há nada a
nos censurar por apreciarmos os feitos das pessoas e/ou por a eles aspirarmos; o
único problema é que não podemos nos comparar e querer tomar como modelo o
padrão vivencial do outro.
A inveja e a
censura nascem da auto-rejeição que fazemos conosco, justamente por
nãoacreditarmos em nossos potenciais evolutivos e por procurarmos fora de nós
as explicações décor no deveremos sentir, pensar, falar, fazer e agir, ora
dando urna importância desmedida aos outros, ora tentando convencê-los a todo
custo de nossas verdades.
Livro: As Dores
da Alma.
Espírito: Hammed
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Questão 975 – Os
Espíritos inferiores compreendem a felicidade do justo?
Resposta: Sim, e isso lhes é um suplício, porque
compreendem que estão dela privados por sua culpa. Daí resulta que o Espírito,
liberto da matéria, aspira à nova vida corporal, pois que cada existência, se
for bem empregada, abrevia um tanto a duração desse suplício. É então que
procede à escolha das provas por meio das quais possa expiar suas
faltas.Porque, ficai sabendo, o Espírito sofre por todo o mal que praticou, ou
de que foi causa voluntária, por todo o bem que houvera podido fazer e não fez
e por todo o mal que decorra de não haver feito o bem.“Para o Espírito errante,
já não há véus. Ele se acha como tendo saído de um nevoeiro e vê o que o
distancia da felicidade. Mais sofre então, porque compreende quanto foi
culpado. Não tem mais ilusões: vê as coisas na sua realidade.”
Nota: Na erraticidade, o Espírito descortina, de um lado, todas as suas existências passadas, de outro lado, o futuro que lhe está prometido e percebe o que lhes falta para atingí-lo. É qual viajor que chega ao cume de uma montanha: vê o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer; a fim de chegar ao fim da sua jornada.
Nota: Na erraticidade, o Espírito descortina, de um lado, todas as suas existências passadas, de outro lado, o futuro que lhe está prometido e percebe o que lhes falta para atingí-lo. É qual viajor que chega ao cume de uma montanha: vê o caminho que percorreu e o que lhe resta percorrer; a fim de chegar ao fim da sua jornada.
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