O excesso de
rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os
outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos.
Teimosia é uma
forma de rigidez da personalidade. É um apego obstinado às próprias ideias e
gostos, nunca admitindo insuficiências e erros.
Conviver com
criaturas que estão sempre com a razão, que acreditam que nasceram para ensinar
ou salvar todo mundo e que jamais transgridem a nada, é viver relacionamentos desgastantes
e insatisfatórios.
Quase sempre,
fugimos desses indivíduos dogmáticos, incapazes de aceitar e considerar um ponto
de vista diferente do seu. Nesses relacionamentos, ficamos confinados à
representação de papéis instrutor-aprendiz, orientador-orientado,
mentor-pupilo. Somente escutamos, nunca podemos expressar nossa opinião sobre
os eventos e as experiências que compartilhamos.
As pessoas
teimosas vão ao excesso do desrespeito, por não darem o devido espaço para as diferenças
pessoais que existem nos amigos e familiares.
“... pelos
vossos excessos, chegais à saciedade e vos punis a vós mesmos.”
Os limites
traçados pela natureza nos ensinam onde e quando devemos parar, bem como por onde
e quando devemos seguir. A natureza respeita nossos dons próprios, ou seja,
nossa individualidade. Assim, devemos também aceitar e respeitar nosso jeito
exclusivo de ser, bem comoa de todos aqueles com quem compartilhamos a
existência terrena.
O excesso de
rigidez e severidade faz com que criemos um padrão mental que influenciará os
outros para que nos tratem da mesma forma como os tratamos. Poderemos ainda, no
futuro, provocar em nós um sentimento de autopunição, pois estaremos usando
para conosco o mesmo tratamento de austeridade e dureza. O arrependimento se
associa à culpa, nascendo daí uma vontade de nos redimir pelos excessos
cometidos, o que acarreta uma necessidade de expiação — o indivíduo se compraz
com o próprio sofrimento.
Nossos limites
se expressam de maneira específica e ninguém pode exigir igualdade de pensamento
e ação de outro ser humano. Respeitando nossa singularidade, aprenderemos a
respeitara singularidade dos outros e sempre cairemos no excesso, quando não
aceitarmos nosso ritmo decrescimento, bem como o do próximo.
Segundo Alfred
Adler, a “compensação” é um dos métodos de defesa do ego e consiste num fenômeno
psicológico que busca contrabalançar e dissimular nossas tendências
inconscientes por nós consideradas reprováveis e que tentam vir à nossa
consciência.
Os excessos de
todo gênero funcionam, na maioria das vezes, como disfarce psicológico para
compensar nossas tendências interiores. Exageramos posturas e inclinações na
tentativa de simular um caráter oposto.
Atitudes
exageradas de um indivíduo significam, quase sempre, o contrário do que ele declara.
Excesso de pudor
– compensação de desejos sexuais normais reprimidos.
Excesso de
afabilidade – compensação de agressividade mal elaborada.
Excesso de
alimentação – compensação de insegurança ou necessidade de proteção.
Excesso de
religião – compensação de dúvidas desmoralizadoras existentes na inconsciência.
Excesso de dominação
– compensação de fragilidade e desamparo interior.
Atrás de todo
excesso ou rigidez se encontra a não aceitação da naturalidade da vida, fora e dentro
de nós mesmos.
Livro: As dores
da alma.
Hammed /
Francisco do Espírito Santo Neto.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Questão 713 – Traçou
a Natureza limites aos gozos?
Resposta: Traçou,
para vos indicar o limite do necessário. Mas, pelos vossos excessos, chegais à
saciedade e vos punis a vós mesmos.
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