Tema – Meditação
ante os que partiram
Não te encerres no passado, com a
suposição de honrar a vida. Cada tempo da criatura na Terra se caracteriza por
determinada grandeza, que não será lícito falsear. A infância tem a suavidade
da semente que germina; a juventude guarda o encanto da flor que desabrocha e a
madureza apresenta a glória tranqüila da árvore frutescente.
Não julgues que ames a alguém sem que
lhe compreendas as necessidades de cada período da existência. A isso nos
reportamos a fim de que ajudes positivamente aos seres queridos que te
precederam na grande romagem da desencarnação. Sem dúvida, agradecem eles o
carinho com que lhe conservas o retrato da forma física ultrapassada; contudo,
ser-te-ão muito mais reconhecidos sempre que lhes reconstituas a presença
através de algum ato de bondade a favor de alguém, cuja memória agradecida lhes
recorde o semblante em momentos de alegria e de amor, que nem sempre no mundo
puderam cultivar.
Decerto, sensibilizam-se ante a flor que
lhes ofertas às cinzas, mas se regozijam muito mais com o socorro que faças a
quem sofre, doado em nome deles, pelo qual se sentem mais atuantes e mais
vivos, junto daqueles que ficaram...
Quando mentalizes os supostos
desaparecidos na voragem da morte, pensa neles do ponto de vista da
imortalidade e do progresso. Um coração materno tem o direito de guardar por
relíquias as roupas enfeitadas e curtas dos filhinhos que acalentou no berço, mas
seria loucura impor-lhes a obrigação de usá-las, depois de homens feitos, sob o
pretexto de que somente assim lhe retribuirão devotamento e ternura.
Reverencia aqueles que partiram na
direção da Vida Maior, mas converte saudade e pesar em esperança e serviço ao
próximo, trabalhando com eles e por eles, em termos de confiança e reconforto,
bondade e união, porquanto eles todos, acima de tudo, são companheiros
renovados e ativos, aos quais fatalmente, um dia, te reunirás.
Livro:
Encontro Marcado.
Emmanuel
/ Chico Xavier.
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