0533/LE
De certo modo, a
riqueza leva o homem aos perigos morais e aos de todas as ordens. O dinheiro,
quando aliado ao orgulho e ao egoísmo, se compara a desastres nos caminhos das criaturas.
Por vezes, pedes aos Espíritos a fortuna, e eventualmente te poderá ser isso concedido.
Deus pode permiti-lo como lição, uma prova, como um fardo que pesa bastante nos
ombros.
Entre os
Espíritos que servem de instrumento para canalizar essa riqueza, quase sempre
estão os teus inimigos, por desejarem o teu mal, na seqüência da tua vida. São
favores perigosos, e não devem faltar ao agraciado a oração e a vigilância. O
outro, em si, não faz mal nem bem, mas, a falta de educação moral nas criaturas
é que o emprega para finalidades escusas.
Se ganhaste
alguma fortuna de repente, tem cuidado na sua aplicação: ela poderá ser motivo de
glória para a tua vida. Mas, por motivo de desespero, não deves pedir aos
Espíritos riquezas; trabalha, que se Deus achar conveniente, te proverá, sem
agressão às forças superiores. Deixa que o Senhor faça a Sua vontade, e não a
tua, visto que, de certo modo, o homem não sabe o que pedir.
Se Deus concede
à pessoa a riqueza, quase sempre é por provação; no entanto, já se encontram no
mundo muitos ricos que entrarão no reino do céu, que conhecem e sabem empregar
seus bens materiais, como ajuda para conhecer a verdade. O dinheiro em demasia pode
te levar aos desregramentos sociais, ao abuso da comida e da bebida.
É bom que
anotemos a fala de Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios, conforme
capítulo dez, versículo trinta e um: Portanto, quer comais, quer bebais, ou
façais outra cousa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.
O tudo para a
glória de Deus a que Paulo se refere, é usar o que se deve usar com parcimônia.
Não deves
esquecer o equilíbrio na alimentação e, se for o caso, na bebida, porque o
homem correto deve fazer tudo para a glória de Deus, sem sair da moral
evangélica, de modo que a conduta de Cristo opere em seu coração. Quem passar
pelo crivo da riqueza, e não for influenciado pelas paixões inferiores e pelos
desequilíbrios sociais, está preparado para usar o dinheiro de maneira honesta,
onde o amor pode vibrar na sua pureza e avançar nos caminhos da caridade.
Mas, se Deus te
conservar na pobreza dos bens materiais, não te revoltes, por não passar isso de
uma prova, te preparando para uma vida melhor. Confia e espera, trabalhando
como se estivesse na fartura de tudo. Do modo que pensas, assim vives. Não
deixes o fermento do mal crescer em teu coração. Ele atrai Espíritos da mesma
natureza, a te inspirarem coisas inúteis para a tua paz de consciência.
Se porventura
pediste aos Espíritos a fortuna fácil, e essa não chegou para ti, dá graças a Deus,
pois estás sendo protegido pelos teus guias espirituais. Dentro das facilidades
se enroscam serpentes perigosas. Contenta-te com o que tens, que os Céus sabem
o que convém te ofertar.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume XI
João Nunes Maia
– Miramez
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
533. Podem os
Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?
Algumas vezes,
como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação
de um pedido inconsiderado.
533a) - São os
bons ou os maus Espíritos que concedem esses favores?
Uns e outros.
Depende da intenção. As mais das vezes, entretanto, os que concedem são os
Espíritos que vos querem arrastar para o mal e que encontram meio fácil de o
conseguirem, facilitando-vos os gozos que a riqueza proporciona.
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