A maior solidão
é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se
defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão
é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a
quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior
solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser
casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo.
Esse queima como
uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a
angústia do mundo que o reflete.
Ele é o que se
recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e,
encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada
torre.
* * *
Se experimentas
solidão no teu dia-a-dia, faze uma análise cuidadosa da tua conduta em relação
ao teu próximo, procurando entender o porquê da situação.
Sê sincero
contigo mesmo, realizando um exame de consciência a respeito da maneira como te
comportas com os amigos, com aqueles que se te acercam e tentam convivência
fraternal contigo.
Se és do tipo
que espera perfeição nos outros, é natural que estejas sempre decepcionado, ao
constatares as dificuldades alheias, olvidando, porém, que também és assim.
Se esperas que
os outros sejam generosos e fiéis no relacionamento para contigo, estuda as
tuas reações e comportamentos diante deles.
A bênção da vida
é o ensejo edificante de refazimento de experiências e de conquistas de
patamares mais elevados, algumas vezes com sacrifício...
Não te
atormentes, portanto, se escasseiam nas paisagens dos teus sentimentos as
compensações do afeto e da amizade.
Observa em
derredor e verás outros corações em carência, à tua semelhança, que necessitam
de oportunidade afetiva, de bondade fraternal.
Exercita com
eles o intercâmbio fraterno, sem exigências, não lhes transferindo as
inseguranças e fragilidades que te sejam habituais.
É muito fácil
desenvolver o sentimento de solidariedade, de companheirismo, bastando que
ofereças com naturalidade aquilo que gostarias de receber.
A princípio,
apresenta-se um tanto embaraçoso ou desconcertante, mas o poder da bondade é
tão grande, que logo se fazem superados os aparentes obstáculos. À semelhança
de débil planta que rompe o solo grosseiro atraída pela luz, desenvolve-se e
torna-se produtiva conforme a sua espécie...
Observa com
cuidado e verás a multidão aturdida, agressiva, estremunhada, que te parece
antipática e infeliz.
Em realidade, é
constituída de pessoas como tu mesmo, fugindo para lugar nenhum, sem coragem
para o autoenfrentamento.
* * *
Contribui,
jovialmente, quanto e como possas, para atenuar algum infortúnio ou diminuir
qualquer tipo de sofrimento que registres.
Esse
comportamento te fará muito bem e, quando menos esperes, estarás enriquecido
pela afetividade que doas e pela alegria em fazê-lo.
Redação do
Momento Espírita, com base no texto Da solidão, de Vinícius de Moraes, da obra
Para viver um grande amor, do site: www.viniciusdemoraes.com.br e no cap. 15,
do livro Atitudes renovadas pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
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