0501/LE
A ação do
Espírito protetor ao seu tutelado é oculta, e não poderia ser de outro modo,
porque quem recebe ajuda muito visível, além de ficar dependente, se acomoda,
fica esperando somente da fonte que lhe dá de beber, esquecendo-se do seu dever
no campo do esforço próprio.
Observemos um
pai, quando dá tudo ao filho, sem dele exigir cooperação: o filho se acomoda e
não quer se esforçar no trabalho, faltando-lhe o estímulo no cumprimento dos
seus deveres ante a vida. Quando os pais, ao contrário, exigem dos filhos o
trabalho que está à altura das suas forças, eles geralmente são filhos
cumpridores dos deveres e se tornam pessoas de bem e honradas.
Se os guias
espirituais ficassem visíveis aos seus protegidos, seriam agredidos por eles
com o petitório constante, e a dependência cresceria. Eles sabem do que
precisamos para a nossa evolução espiritual. Na verdade, em todas as faixas de
vida temos nossos protetores que nos amam; quanto mais elevadas as faixas, mais
liberdade de ação eles permitem aos seus tutelados. No entanto, periodicamente
se aproximam dele e deixam sua mensagem intuitiva, em meio à conversação do
cotidiano.
Deus se encontra
em toda parte, no entanto, para os planos mais baixos, se encontra manifestado
pela própria natureza. Ele se oculta para aprendermos como pedir e sabermos receber
a Sua constante ajuda espiritual. Quem costuma orar com humildade e aprimora
esse ambiente de luz, sente as palavras do seu tutor espiritual no âmago da
consciência, a lhe dizer quais os caminhos que deverá seguir, e pode
aprimorar-se no exercício da súplica, que ela é verdadeiramente o caminho de
grandes qualidades espirituais. Pelo ambiente criado por ela as forças
superiores ajudar-nos-ão a entender o que é a verdade e seguir os caminhos
retos, assimilando a vida no esplendor do amor.
A caridade maior
nós recebemos no silêncio de Deus, pelos canais sublimados de Jesus, e Ele derrama
Sua luz sobre os anjos para nos ajudarem a compreender melhor as leis, passando
a praticá-las. O discípulo inteligente aprende melhor as lições que vêm
ocultamente, sentindo a sua essência como sendo a voz de Deus, pelos meios
possíveis que Ele mesmo criou para a felicidade dos Seus filhos.
Não precisas te
desesperar em nenhuma das situações por que venhas a passar. Perto de ti se encontra
a solução ocultamente. Medita, busca, espera e usa a fé, que a solução não
tardará.
Deus é pai,
muito mais do que pensas e não esquece os Seus filhos do coração. Os Espíritos,
quanto mais elevados, mais conversam no silêncio. Os que precisam de barulho
mostram que ainda não entenderam os princípios da verdade.
Respeita a vida
e tem certeza de que em torno de ti se encontram testemunhas inúmeras, assistindo
todos os teus feitos e te dando conselhos para acertares mais. Eles não se
revoltam com a dureza de coração; trabalha mais para que entendas o motivo pelo
qual estão te dando opiniões, mesmo ocultamente. Isso ocorre por ordem de Deus,
sob a influência de Jesus.
Vê as tuas mãos,
o de que elas precisam. Dá-lhes trabalho, o que não falta. O Mestre espera de
ti o que podes ofertar para os que sofrem e choram, os que se encontram sem
teto e nus.
Quando entenderes
a mensagem oculta em teu benefício, passarás a dar também com uma mão, sem que
a outra veja.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume X
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
501. Por que é
oculta a ação dos Espíritos sobre a nossa existência e por que, quando nos
protegem, não o fazem de modo ostensivo?
Se vos fosse
dado contar sempre com a ação deles, não obraríeis por vós mesmos e o vosso
Espírito não progrediria. para que este possa adiantar-se, precisa de
experiência, adquirindo-a freqüentemente à sua custa. É necessário que exercite
suas forças, sem o que, seria como a criança a quem não consentem que ande
sozinha. A ação dos Espíritos que vos querem bem é sempre regulada de maneira
que não vos tolha o livre-arbítrio, porquanto, se não tivésseis
responsabilidade, não avançaríeis na senda que vos há de conduzir a Deus. Não
vendo quem o ampara, o homem se confia às suas próprias forças. Sobre ele,
entretanto, vela o seu guia e, de tempos a tempos, lhe brada, advertindo-o do
perigo.
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