Para que você
atinja a plenitude da harmonia íntima, cultive a oração com carinho e o
devotamento com que a mãe atende ao sagrado dever de amamentar o filho.
A prece é uma
lâmpada acesa no coração, clareando os escaninhos da alma.
Encarcerado na
indumentária carnal, o espírito tem necessidade de comunhão com Deus através da
prece, tanto quanto o corpo necessita de ar puro para prosseguir na jornada.
Muitos cristãos
modernos, todavia, descurando do serviço da prece, justificam a negligência com
aparente cansaço, como se a oração não se constituísse igualmente em repouso e
refazimento, oferecendo clima de paz e ensejo de renovação interior.
Mente em
vibração frequente com outras mentes em vibração produz, nos centros pensantes
de quem não está afeito ao cultivo das experiências psíquicas de ordem
superior, lamentáveis processos de obsessão que, lentamente, se transformam em
soezes enfermidades que minam o organismo até ao aniquilamento.
A princípio,
como mensagem invasora, a influência sobre as telas mentais do incauto é a
idéia negativa não percebida. Só mais tarde, quando as impressões vigorosas se
fixam como panoramas íntimos de difícil eliminação, é que o invigilante procura
o benefício dos medicamentos de resultados inócuos.
Atribulado com
as necessidades imperiosas do «dia-a-dia», o homem desatento deixa-se empolgar
pela instabilidade emocional, franqueando as resistências fisiopsíquicas às
vergastadas da perturbação espiritual.
Vivemos
cercados, na Terra, daqueles que nos precederam na grande jornada da
desencarnação.
Em razão disso,
somos o que pensamos, permutando vibrações que se harmonizam com outras
vibrações afins.
Como é natural,
graças às injunções do renascimento, o homem é impelido à depressão ou ao
exaltamento, vinculando-se aos pensamentos vulgares compatíveis às
circunstâncias do meio, situação e progresso.
Assim, faz-se
imprescindível o exercício da prece mental e habitual para fortalecer as
fulgurações psíquicas que visitam o cérebro, constituindo a vida normal propícia
à propagação do pensamento excelso.
Enquanto o homem
se descuida da preservação do patrimônio divino em si mesmo, verdugos da paz
acercam-se da residência carnal, ameaçando-lhe a felicidade.
Endividado para
com eles, faz-se mister ajudá-los com os recursos valiosos da virtude,
palmilhando as sendas honradas, mesmo que urzes e cardos espalhados lhe sangrem
os pés. Todos renascemos para libertar-nos do pretérito culposo em cujos empreendimentos
fracassamos. E como a dívida se nutre do devedor, enquanto não nos liberamos do
compromisso, ficamos detidos na retaguarda...
É por esse
motivo que o Apóstolo dos gentios nos adverte quanto à «nuvem) que nos
acompanha, revelando-nos a continuada companhia dos desafetos desencarnados.
***
Exercite-se,
assim, no ministério da oração, meditando quanto às inadiáveis necessidades de
libertação e progresso.
Cultive a
bondade, desdobrando os braços da indulgência de modo a alcançar os que seguem
desatentos e infelizes, espalhando desconforto e disseminando a loucura.
Renove as
disposições íntimas e, quando aquinhoado com os ensejos de falar com esses
seres de mente em desalinho, perturbados no Mundo Espiritual, una-se de amor e
compreenda-os, ajudando quanto lhe seja possível com a humildade e a renúncia.
E recorde que o
Mestre, antes de visitado pelos verdugos espirituais das Zonas Trevosas,
recolhia-se à oração, recebendo-os com caridade fraternal, como Rei de todos os
Espíritos e Senhor do Mundo.
Você não ficará
indene à agressão deles...
Resguarde-se,
portanto, e, firmado no ideal sublime com que o Espiritismo honra os seus dias,
alce-se ao amor, trabalhando infatigavelmente pelo bem de todos, com o coração
no socorro e a mente em Jesus-Cristo, comungando com as Esferas Mais Altas,
onde você sorverá forças para vencer todas as agressões de que for vítima, e
sentirá que, orando e ajudando, a paz continuará com você.
Livro: Nos Bastidores
da Obsessão.
Manoel Philomeno
de Miranda / Divaldo Franco.
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