Senhor: —
ensina-nos a respeitar a força do direito alheio na estrada do nosso dever.
Ante as
vicissitudes do caminho, recorda-nos de que no supremo sacrifício da Cruz, entre
o escárnio da multidão e o desprezo da Lei, erigiste um monumento à justiça, na
grandeza do amor.
Ajuda-nos,
assim, a esquecer todo o mal, cultivando a árvore generosa do perdão.
Estimula-nos à
claridade do bem sem limites, para que o nosso entusiasmo na fé não seja igual
a ligeiro meteoro riscando o céu de nossas esperanças, para apagar-se depois...
Concede-nos a
felicidade ímpar de caminhar na trilha do auxílio porque, só aí, através do
socorro aos nossos irmãos, aprendemos a cultivar a própria felicidade.
Tu que nos
ensinaste sem palavras no testemunho glorioso da crucificação, ajuda-nos a
desculpar incessantemente, trabalhando dentro de nós mesmos pela transformação
do nosso espírito, na sucessão do tempo, dia a dia, noite a noite, a fim de
que, lapidado, possamos apresentá-lo a Ti no termo da nossa jornada.
Ensina-nos a
enxergar a Tua Ressurreição sublime, mas permite também que recordemos o
suplício da Tua solidão, a coroa de espinhos, a cruz infamante e o silêncio
tumular que a precederam, como lições incomparáveis para nós, na hora do sofrimento,
quando nos chegue.
Favorece-nos com
a segurança da ascensão aos Altos Cimos, porém não nos deixes olvidar que após
a jornada silenciosa durante quarenta dias e quarenta noites, entre jejum e
meditação, experimentaste a perturbação do mundo e dos homens, em tentações
implacáveis que, naturalmente, atravessarão também nossos caminhos...
Dá-nos a certeza
do Reino dos Céus, todavia não nos deixes esquecer que na Terra, por enquanto,
não há lugar para os que te servem, tanto quanto não o houve para Ti mesmo,
auxiliando-nos, entretanto, a viver no mundo, até à conclusão da nossa tarefa
redentora.
Ajuda-nos,
Divino Companheiro, a pisar os espinhos sem reclamação, vencendo as
dificuldades sem queixas, porque é vivendo nobremente que fazemos jus a uma desencarnação
honrada como pórtico de uma ressurreição gloriosa.
Senhor Jesus,
ensina-nos a perdoar, ajudando-nos a esquecer todo o mal, para sermos dignos de
Ti!
*
Não nos animaram a presunção e a veleidade de
examinar, nos estudos do presente livro, as enfermidades psíquicas clássicas,
tais como, as esquizofrenias e as parafrenias, as psicoses e neuroses, as
oligofrenias e a paranóia de multíplice manifestação, tanto quanto não
cuidaremos das personalidades psicopáticas, as dos dementes senis e outras de
que cuida a Psiquiatria, embora sem o conhecimento das causas anteriores das
mesmas e que dizem respeito, invariàvelmente, às vidas pregressas de tais
pacientes.
Cuidaremos de convidar
os interessados nos problemas da obsessão e no ministério da desobsessão ao
estudo paciente do Espiritismo, apresentando algumas experiências e conotações
nossas ao valioso material já existente, embora ainda não suficiente para a
rápida equação de tão importante questão.
Não pretendemos
elaborar um tratado para a análise e a prática da desobsessão espiritual. Estes
são apontamentos singelos e despretenciosos, mediante os quais trazemos o nosso
pouco de fermento na esperança de conseguir levedar parte da massa», conforme a
autorizada palavra de Nosso Senhor JesusCristo, a Quem rogamos abençoar-nos o
esforço e nos socorrer pela rota da própria iluminação.
Livro: Nos
Bastidores da Obsessão.
Manoel Philomeno
de Miranda / Divaldo Franco.
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