Cap. XI – Item
10
A folha
ressequida que cai, anônima, do pedúnculo em que nasceu, é bem o símbolo do
poder oculto de Deus em a Natureza.
Poder que é
força, vida e amor...
Quem a recolheu?
O Sol? Não. O
Vento? Não. O Homem? Não.
A folha desceu
por si mesma, segundo os ditames preestabelecidos pelas leis gerais do
Universo, para o seio fecundante da Terra, que a transforma em novo elemento no
laboratório da incessante renovação.
Assim também se
movem as criaturas e os destinos.
A folha cai...
Os mundos caminham... O homem evolve...
Brilha o Sol,
naturalmente, mantendo a família planetária nos domínios da Casa Cósmica.
Avança o vento,
sem esforço, nutrindo a euforia das plantas.
Em princípios de
soberana espontaneidade, constrói o homem a própria existência.
Saber não é
tudo.
Só o amor
consegue totalizar a glória da vida. Quem vive respira.
Quem trabalha
progride. Quem sabe percebe.
Quem ama
respira, progride, percebe, compreende, serve e sublima, espalhando a felicidade.
Siga, pois, seu
roteiro, louvando o bem, esquecendo o mal e edificando sem repouso.
Se o caminho é
áspero e sombrio, prossiga com destemor.
Lembre-se que na
vanguarda há mais amplo local para a sua esperança.
Busque ouvir a
mensagem do amor, onde passe.
Estude amando.
Responda aos
imperativos da evolução, amando onde esteja.
Atenda ao
semelhante, amando com alegria.
Satisfará, em
tudo, a você mesmo, amando sempre. Na marcha ascendente para o Reino Divino, o
Amor é a Estrada Real. As outras vias chamam-se experiências que a Eterna Sabedoria,
ainda por amor, traçou à grande viagem das almas para que o espírito humano não
se perca.
Antes de você, o
amor já era.
Depois de você,
o amor será.
Isso, porque o
Amor é Deus em tudo.
Viva, assim, a
vida, amando-a para entendê-la.
Viver e amar...
Amar e
compreender...
Compreender e
viver abundantemente...
Ângulos de uma
verdade só – A Vida Eterna.
No entanto,
viver sem amar é respirar sem trabalho digno; querer com exclusivismo tonteante
é contemplar situações e circunstâncias com apriorismos que geram a enfermidade
e a morte.
Se você sabe,
portanto, o que é viver, por que não vive?
Só vive
realmente quem ama.
Só ama
efetivamente quem age para o bem de todos.
Só age, sem
dúvida, para o bem de todos, quem compreende que o amor é a base da própria vida.
Fora dessa
verdade, há também movimento e ação de sombra que tornará fatalmente à luz em
ciclos determinados de choro, provação e martírio.
Nada novo,
sempre a Lei, que funciona compassiva, mas inexorável, restituindo a cada
sementeira a colheita certa.
Comande a
embarcação de seu destino e não atribua a outrem os erros que as suas mãos
venham a cometer.
De você mesmo
depende a própria viagem. Instrua a você, sem procurar encobrir, ante a própria
consciência, as faltas que lhe arrojam a alma ao desencanto ou ao agravo das próprias
necessidades do espírito.
Ainda que a
noite lhe envolva o passo, alente, no imo do ser, o dia eterno da fé.
Não se confie ao
sabor da invigilância, para que a invigilância não lhe arraste a existência ao
sabor do sofrimento.
Antes de nós, o
Universo era o Santuário da Glória Divina.
Lembremo-nos,
pois, de que Deus nos criou para acrescentar-Lhe a grandeza.
Não Lhe
diminuamos o esplendor, cultivando a treva...
Enganaremos a
forma.
Jamais
enganaremos a vida que palpita, triunfante, em nós mesmos.
Aprenda a buscar
aquilo de que você carece no próprio aperfeiçoamento, antes que alguém lhe
ensine a preço de aflição.
Busque o roteiro
exato, antes que outros se lhe ofereçam, no dia de sua perturbação, para guias
de sua dor.
Força é poder.
Ideia é força.
Mas só o amor
condiciona o poder para a vitória da luz.
Ame o caminho.
Caminhe e vença.
Anote hoje os
seus movimentos, no ritmo do trabalho e da oração, e o amanhã surgirá com
brilho sempre novo.
Sorria para os
lances mais difíceis da estrada e os panoramas próximos e remotos descerrar-se-ão
sorrindo à sua alma.
Não pare senão
para refazer o fôlego atormentado.
Mais além, é a
estrada de destino.
Não escute o
murmúrio das sombras senão para socorrer as vítimas do mal, a fim de que os
gemidos enganadores do nevoeiro não lhe anestesiem o impulso de elevação.
A fraternidade
ser-lhe-á anjo sentinela entre os pântanos da amargura.
Cante o poema da
caridade, seja onde for, e as criaturas irmãs, ainda mesmo quando algemadas ao
crime, responder-lhe-ão com estribilhos de amor.
Guarde compaixão
e a paz ser-lhe-á doce prêmio.
Exemplifique a
fé que lhe honra a inteligência e o mundo abençoar-lhe-á todas as palavras.
Amanheça todo
dia no serviço que lhe compete e o dever retamente cumprido manterá você,
invariavelmente, na manhã luminosa da vida.
Antes de amparar
a você, ampare aqueles que, desde muito, suspiram pela migalha de seu amparo.
Antes de nossa
vontade, a vontade do Senhor.
Antes do bem
para nós, o bem necessário aos outros.
Seja para você a
justiça que observa e corrige e seja para o irmão de jornada a bondade que
ajuda e absolve sempre.
Sobretudo,
guarde a certeza de que o amor se emoldura na humildade que nunca fere.
Coloque você em
último lugar e a vida encarregar-se-á de sua própria defesa em qualquer parte.
Ainda mesmo com
sacrifício, sob chuvas de fel e gritos de calúnia, renda diariamente seu culto
ao amor e o amor na própria vida brilhará em sua alma, convertendo-a em estrela
para a Glória Sem-Fim.
Livro: O
ESPÍRITO DA VERDADE.
Diversos
Espíritos
Chico Xavier e
Waldo Vieira.
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