“A união e a afeição que existem entre os
parentes são indício da simpatia anterior que os aproximou: também se diz,
falando de uma pessoa cujo caráter; gostos e inclinações não têm nenhuma
semelhança com os de seus parentes, que ela não é da família...” - (Evangelho
Segundo o Espiritismo – Allan Kardec, Capítulo 4, item 19.)
Quase
sempre afirmamos que a antipatia a certos membros de nossa parentela é
decorrente de antigas aversões, oriundas do pretérito distante, quando ocorrências
negativas ficaram mal resolvidas em nossa atmosfera cármica.
Dessa
forma, justificamos aversões e incompatibilidades de gênio, transformando o
ambiente familiar em verdadeiro campo de batalha, onde todos têm razão e, ao
mesmo tempo, todos se dizem vítimas impotentes do destino.
Importante
lembrar que, se fomos reunidos aqui e agora, é porque este é o melhor tempo
para solucionarmos comportamentos inconvenientes, posturas de vida
intransigentes e para promovermos nossa transformação interior, fatores imprescindíveis
para o crescimento da alma.
Não
se auto-responsabilizar por feitos e atitudes no presente, inocentando-se e lançando
desculpas pelos desatinos do passado, é assumir a condição de injustiçado, ou
mesmo, de vítima. E como afirmar que a Divina Providência cometeu para com tua
existência uma falta, fazendo-te renascer em ambiente não correspondente ao teu
desenvolvimento espiritual, o que logicamente é um enorme absurdo.
Não
são situações de vidas passadas que te complicam os relacionamentos afetivos, e
sim a continuidade dos velhos modos de pensar, das crenças incoerentes e da
permanência em doentios pontos de vista de onipotência.
Adultos
dominadores desenvolvem expectativas em relação ao círculo em que vivem,
alterando as escolhas pessoais dos familiares. Se estes não são acostumados a
pensar por si, permitem facilmente que lhes alterem as trilhas que tinham
delineado e definido como metas particulares. Fatalmente, esses mesmos indivíduos
um dia se revoltarão contra as atitudes de dominância e rejeitarão ser manipulados
de novo, desenvolvendo assim sérios atritos no lar.
Em
muitas ocasiões, por atitudes autoritárias, a profissão que é exercida difere
de modo frontal daquela que a criatura escolheu. Em vista disso, ela vive constantemente
contrariada, por ver frustrado o seu projeto interno, e se revolta não só
contra quem desencadeou a intromissão em sua trilha de vida, mas também contra
o mundo, a sociedade e contra si mesmo, por não ter lutado por tudo aquilo que
desejava.
Parentes
inseguros superprotegem os seus escolhidos, tornando-os impotentes em áreas em
que já poderiam ser independentes. Por obrigá-los a compartilhar os seus mesmos
pontos de vista, evidenciam um enorme desrespeito ao outro, demonstrando com
isso que, talvez, nem eles mesmos saibam o que querem realmente da vida.
Assim,
com freqüência, filhos se defrontam com pais e irmãos, lutando contra gestos de
arrogância. Querem ser eles mesmos, desbravar suas próprias metas e caminhos,
embora, às vezes, se anulem com certo medo de desagradar-lhes, pelo suporte e
manutenção de vida que ainda recebem deles, porque, em verdade, muitos ainda
não conseguiram sustentar-se material e afetivamente.
Auto-responsabilidade
é uma dádiva que nos confere o poder de criar mudanças, pois geralmente
preferimos nos desculpar, jogando a responsabilidade de nossos atos nos ombros
alheios, ou nas vidas passadas, tornando-nos vítimas e eximindo-nos de
contribuir com nossa parcela para eliminar melindres, ressentimentos e antipatias
no seio do próprio lar.
Em
razão disso tudo, para que tenhamos relacionamentos felizes no futuro, tomemos
nota do lema: “O ontem já passou. Agora é a melhor ocasião para teu crescimento
e renovação”.
Livro:
Renovando Atitudes.
Espírito:
Hammed
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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