Era costume, em
tempos remotos, em períodos de guerras ou revoluções, enterrar dinheiro ou
cofres de ouro, no recanto mais escondido de algum campo, a fim de os
preservar.
Morrendo o dono
do campo, ficava o tesouro depositado, às vezes por séculos, no fundo da terra,
até que algum felizardo o encontrasse.
A lei romana
estabelecia que um tesouro assim, sem dono conhecido, pertencesse ao dono do
campo.
Conhecedor da
lei, o Senhor Jesus, em uma de Suas parábolas, comparou o reino dos céus a um
tesouro escondido em um campo. O homem que o encontra, cala-se e o oculta.
Cheio de
alegria, vai, vende tudo o que possui e compra aquele campo, a fim de se tornar
o proprietário real do grande tesouro.
Também comparou
o reino dos céus a um negociante que procura boas pérolas. Tendo achado uma
pérola preciosa, vai, vende tudo quanto tem e a compra.
* * *
Em se falando de
tesouros, já pensamos em quantos possuímos?
Os dois olhos
que trazemos, brilhantes, na face risonha, são as janelas da alma que se abrem
para o mundo, dia após dia, nos descortinando a beleza insuperável dos meses de
ouro do verão, das tardes cinzentas das chuvas do outono e das manhãs geladas,
do inverno.
Os dois ouvidos
que nos foram presenteados por Deus nos permitem ouvir a orquestra da passarada
e a sinfonia dos ventos; os acordes dos trovões e o tamborilar das gotas de
chuva, ensaiando sua dança na terra seca.
Os dois braços
fortes nos permitem carregar a doçura do filho junto ao peito, onde o coração
pulsa ao compasso da alegria de ser pai, de ser mãe.
Braços que
abraçam, que estreitam, que se alongam e recolhem nas mãos as flores miúdas
para compor um ramalhete e ofertá-lo a alguém.
Mãos que
escrevem poemas de amor, que retiram dos instrumentos musicais sonoridades que
embalam corações e fazem sonhar. Mãos que plantam flores, que colhem frutos,
que se estendem para estreitar outras mãos.
Duas pernas que
nos conduzem aonde queiramos, a passos lentos, na cadência do passeio
despreocupado; a passadas largas, no compasso da pressa que nos caracteriza as
atividades do trabalho constante.
Somos donos de
um corpo que nos permite o trânsito na Terra. Somos possuidores do tesouro
inestimável da vida.
E todos os dias
somos brindados com o tesouro das horas para que, aos acordes do tempo,
possamos estudar, trabalhar, aprender, sorrir e brincar.
Não
menosprezemos tanta riqueza, maltratando a preciosidade do nosso corpo. Não
desprezemos os minutos, gastando-os em coisa nenhuma.
Não esperemos
adoecer para descobrir a grandeza da saúde.
Não aguardemos
que o tempo da vida física se esgote para nos darmos conta do grande tesouro
que não aproveitamos.
Mais do que
tudo: não nos esqueçamos de que somos um Espírito imortal, a caminho da
perfeição.
* * *
Todos os homens,
providos ou não de moedas e outros valores, são herdeiros do grande Rei, o
Criador, que a todos oferta um Universo em expansão, onde se multiplicam as estrelas
e outras tantas moradas do Espírito, em sua jornada evolutiva.
Redação do
Momento Espírita, com base no cap. XIII, do Evangelho de Mateus.
http://www.momento.com.br
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