Reunião pública
de 13/3/59
O exemplo de
ontem é a raiz oculta que deita as vergônteas floridas ou espinhosas na árvore
da tua experiência de hoje.
Tens do que
deste, tanto quanto recolhes compulsoriamente
do que semeaste.
Nos pais
irascíveis e intolerantes, recebes os parceiros de outras eras, com os quais te
acumpliciaste na delinqüência, a fim de que lhes reconduzas o passo à quitação
perante a Lei.
Na esposa
impertinente e enferma, surpreendes a mulher que viciaste a distância de
obrigações veneráveis, para que, à custa de abnegação e carinho, lhe restaures
no espírito a dignidade do próprio ser.
No companheiro
insensato e infiel, tens o ânimo defrontado pelo homem que desviaste de deveres
santificantes, de modo a lhe despertares na consciência, a preço de sofrimento
e renúncia, as verdadeiras noções da honra e da lealdade.
Nos filhos
ingratos, encontras, de novo, aquelas mesmas criaturas que atiraste ao
precipício da irreflexão e da violência, a exigirem-te, em sacrifício
incessante, a escada do reajuste.
Nos empeços da
vida social dolorosa e difícil, recuperas exatamente os estorvos que armaste ao
caminho alheio, para que venhas a esculpir, no santuário das próprias forças, o
respeito preciso para com a tarefa dos outros.
No corpo
mutilado ou desfalecente, impões a ti mesmo a resultante dos abusos a que te
dedicaste, esquecido de que todos os patrimônios da marcha são empréstimos da
Providência Maior e que sempre devolveremos em época prevista.
Herdamos, assim,
de nós mesmos tudo aquilo que se nos afigura embaraço e miséria no cálice do
destino.Se desejas, portanto, conquistar em ti mesmo a vitória da luz, lembra-te,
cada dia, de que o meirinho da morte chegará de improviso, reclamando-te em conta
tudo aquilo que o mundo te confia à existência, sejam títulos
nobres e afeições respeitáveis, sejam posses e privilégios que perduram apenas
no escoar de alguns dias, para que, enfim, recebas, por vera propriedade, os frutos
bons ou maus de teus próprios exemplos, que impelirão tua alma à descida na
treva ou à glória imortal da divina ascensão.
Livro:
Religião dos Espíritos.
Emmanuel
/ Chico Xavier.
Estudando
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Escolha das
provas
264. Que é o que
dirige o Espírito na escolha das provas que queira sofrer?
Resposta: Ele
escolhe, de acordo com a natureza de suas faltas, as que o levem à expiação
destas e a progredir mais depressa. Uns, portanto, impõem a si mesmos uma vida
de misérias e privações, objetivando suportá-las com coragem; outros preferem
experimentar as tentações da riqueza e do poder, muito mais perigosas, pelos
abusos e má aplicação a que podem dar lugar, pelas paixões inferiores que uma e
outros desenvolvem; muitos, finalmente, se decidem a experimentar suas forças
nas lutas que terão de sustentar em contacto com o vício.
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