Reunião pública
de 2/10/59
Tentado à
permanência nas trevas, embora de pés sangrando, dirige-te para a luz.
Enquanto não
atravesse o suor e o cansaço da plantação, lavrador algum amealha a colheita.
Até que
atinjamos, um dia, o clima do reino angélico, seremos almas humanas, peregrinos
da evolução nas trilhas da eternidade.
Aqui e ali,
ouviremos cânticos de exaltação à virtude e, louvando-a, falaremos por nossa
vez, acentuando-lhe os elogios.
Entretanto,
manda a sinceridade nos vejamos por dentro, e por dentro de nós ruge o passado,
gritando injúrias contra as nossas mais belas aspirações.
Toma, porém, o
facho que o Cristo te coloca nas mãos e clareia a intimidade da consciência,
parlamentando contigo mesmo.
Hora a hora,
esclareçamos a nós próprios, tanto quanto nos lançamos no ensino aos outros.
Reparando os
caídos em plena viciação, inventaria as próprias fraquezas e perceberás que,
provavelmente, respirarias agora numa enxerga de lodo, não fosse a migalha do
conhecimento que te enriquece.
Diante dos que
se desvairam na crítica, observa a facilidade com que te entregas aos
julgamentos irrefletidos e pondera que serias igualmente compelido ao braseiro
da crueldade, não fosse algum ligeiro dístico da prudência que consegues
mentalizar.
À frente
daqueles que se envileceram na carruagem do ouro ou da influência política,
recorda quantas vezes a vaidade te procura, por dia, nos recessos do coração e
reconhecerás que também forçarias as portas da fortuna e do poder, caso não
fosse o leve fio de responsabilidade que te frena os impulsos.
Analisando os
que sofrem na tela da obsessão, pensa nos reiterados enganos a que te arrojas e
compreenderás que ainda hoje chorarias nas angústias do manicômio, não fosse a
pequenina faixa de serviço no bem a que te afeiçoas.
Perante os
companheiros atolados no crime, anota a agressividade que ainda trazes contigo
e concluirás que talvez estivesses na penitenciária, amargando aflitiva
sentença, não fosse o raiúnculo de oração que acendes na própria alma.
E as lutas que
te marcam a rota assinalam também o campo de serviço em que ainda estagias
junto aos desencarnados da nossa esfera de ação.
Situemo-nos no
lugar dos que erram e nosso raciocínio descansará no abrigo do entendimento.
Nenhum lidador
vinculado à Terra se encontra integralmente livre das tendências inferiores.
Todos nós, ante
a sublimidade do Cristo, somos almas em libertação gradativa, buscando a
vitória sobre nós mesmos.
E se a estrada
para semelhante triunfo se chama “caridade constante para com os outros”, o
primeiro passo de cada dia chama-se “compaixão”.
Livro: Religião
dos Espíritos
Emmanuel / Chico
Xavier.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec
As virtudes e os
vícios
893. Qual a mais
meritória de todas as virtudes?
Resposta: Toda
virtude tem seu mérito próprio, porque todas indicam progresso na senda do bem.
Há virtudes sempre que há resistência voluntária ao arrastamento dos maus
pendores. A sublimidade da virtude, porém, está no sacrifício do interesse
pessoal, pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória é a que
assenta na mais desinteressada caridade.
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