“A árvore que produz maus frutos não é boa, e
a árvore que produz bons frutos não é má; porque cada árvore se conhece pelo
seu próprio fruto. Não se colhem figos dos espinheiros e não se cortam cachos
de uva de sobre as sarças...” - (O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec,
Capítulo 21, item 1).
Fugimos
constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso
poder pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos um “disfarce” para
sermos apresentados perante os outros.
Anulamos
qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós mesmos: “eu
nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”, vestindo assim uma
aparência de falsa humildade e compreensão.
Máscaras fazem
parte de nossa existência, porque todos nós não somos totalmente bons ou
totalmente maus e não podemos fugir de nossas lutas internas. Temos que
confrontá-las, porque somente assim é que desbloquearemos nossos conflitos, que
são as causas que nos mantêm prisioneiros diante da vida.
Devemos nos
analisar como realmente somos.
Nossos problemas
íntimos, se resolvidos com maturidade, responsabilidade e aceitação, são
ferramentas facilitadoras para construirmos alicerces mais vigorosos e
adquirirmos um maior nível de lucidez e crescimento.
Não devemos
nunca mantê-los escondidos de nós próprios, como se fossem coisas hediondas, e
sim aceitar essas emoções que emergem do nosso lado escuro, para que possamos
nos ver como somos realmente.
Por não
admitirmos que evoluir é experimentar choques existenciais e promover um
constante estado de transformação interior é que, às vezes, deixamos que os
outros decidam quem realmente somos nós, colocando-nos, então, num estado de
enorme impotência perante nossas vidas.
A maneira de
como os outros nos percebem tem grande influência sobre nós. Amigos opressores,
religiosos fanáticos, pais dominadores e cônjuges inflexíveis podem ter
exercido muita influência sobre nossas aptidões e até sobre nossa
personalidade.
Portanto, não
nos façamos de superiores, aparentando comportamentos de “perfeição apressada”;
isso não nos fará bem psiquicamente nem ao menos nos dará a oportunidade de
fazer autoburilamento.
Deixemos de
falsas aparências e analisemos nossas emoções e sentimentos, aprimorando-os.
Canalizadas nossas energias, faremos delas uma catarse dos fluxos negativos,
transmutando-as a fim de integrá-las adequadamente.
Aceitar nossa
porção amarga é o primeiro passo para a transformação, sem fugirmos para novo
local, emprego ou novos afetos, porque isso não nos curará do sabor
indesejável, mas somente nos transportará a um novo quadro exterior. Os nossos
conflitos não conhecem as divisas da geografia e, se não encarados de frente e
resolvidos, eles permanecerão conosco onde quer que estejamos na Terra.
Para que
possamos fazer alquimia das correntes energéticas que circulam em nossa alma,
procedamos à auto-observação e à auto-análise de nossa vida interior, sem
jamais negar a nós mesmos o produto delas.
Lembremo-nos de
que, por mais que se esforcem as más árvores para parecer boas, mesmo assim elas não
produzirão bons frutos. Também os homens serão reconhecidos, não pelos
aparentes "frutos", não por manifestarem atos e atitudes mascarados de
virtudes, mas por ser criaturas resolvidas interiormente e conscientes de como
funciona seu mundo emocional.
Somente pessoas
com esse comportamento estarão aptas a ser árvores produtoras de frutos
realmente bons.
Livro: Renovando
Atitudes.
Espírito:
Hammed.
Médium:
Francisco do Espírito Santo Neto.
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