Nos alicerces do
inconsciente dormem todos os processos da evolução antropológica e as
aquisições psicológicas do ser em forma de experiências vividas.
Toda vez que uma
delas não pôde ser assimilada, e passou aos arquivos profundos, permanecerá
como possibilidade de emergir do arcabouço onde dorme , reaparecendo na feição
de conflito.
Os conflitos
resultam igualmente das ambições insatisfeitas, dos desejos frustados e das
manifestações íntimas que ficaram recalcadas sem o concurso da razão.
O ser humano, libertando-se das heranças do
primarismo, estagia na fronteira dos hábitos instintivos e do discernimento
do que lhe é factível realizar.
Adaptado aos
fenômenos automáticos, nem sempre dispõe de forças para superar a limitação, de
onde nascem as incertezas e dúvidas que se transformam em complexos conflitos
emocionais.
Comportamentos
arraigados e insegurança escamoteiam-se nos painéis do impulsos tormentosos,
complexos perturbadores, tendendo a infelicitar a criatura que lhe experimenta
a constrição.
O conflito e o
claro-escuro do que fazer ou não realizar, tendendo sempre para o desequilíbrio
e a aflição.
Não digerido,
transforma-se em expressão emocional de desajuste, somatizando distonias
orgânicas que abrem espaço para a instalação de várias doenças.
Parasito
vigoroso, o conflito deve ser identificado para posterior eliminação.
Toda vez que
algo se apresente sombrio na área da emoção, por medo, ignorância, pressão ou
fraqueza, pode tornar-se conflito mais tarde.
Só há, no
entanto, conflito, quando a consciência não luz discernimento, e, ainda
obliterada, deixa-se conduzir apenas pela inteligência ou pelos instintos,
permanecendo sem direcionamento.
A existência
humana é um desafio.
Todo desafio
propõe esforço para a luta.
Quando o ser recua num tentame, eis que perde
a oportunidade de afinar os seus valores, a prejuízo do crescimento pessoal.
Desenvolvendo as
aptidões cada vez que tem coarctada uma ação ou não entendendo uma situação, o
ser bloqueia a faculdade de produzir, perdendo-se no emaranhado dos receios e
das incertezas.
Cabe-lhe,
portanto, logicar para agir, medir as possibilidades e produzir, trabalhando
pelo aprimoramento interior, que responde pela harmonia psicofísica do seu
processo evolutivo.
A consciência
alarga os horizontes do pensamento, facultando a saúde real, que se expressa
como equilíbrio perante o cosmo.
Sendo a criatura
um cosmo em miniatura , é regida pelas mesmas leis do grande Universo.
Desse perfeito
entrosamento entre os pequenos e o grande Foco, surge a harmonia que é a sua
mais nobre manifestação.
Os fenômenos
conflitivos que se manifestam na conduta e na emoção da criatura são efeitos do
estágio em que se encontra o espirito reencarnado.
O organismo,
amoldando-se aos sutis, equipamentos espirituais reflete a necessidade de
progresso que o caracteriza, impelindo-o à incessante transformação
intelecto-moral : sua meta, sua busca.
Ademais, face à
historiografia do seu passado, o ser ainda padece conflitos que lhe são
sugeridos e transmitidos por sequazes ou vítimas espirituais de jornadas
transatas, que a morte não aniquilou.
Diante da
palpitante e freqüente manifestação dos conflitos nas vidas humanas, Allan Kardec
solicitou esclarecimentos aos Numes Tutelares, conforme se lê na pergunta 361
de O Livro dos Espíritos:
361LE - Qual a
origem das qualidades morais, boas ou más, do homem ?
- São as do
espírito nele encarnado. Quanto mais puro é esse espírito, tanto mais propenso
ao bem é o homem. O que eqüivale dizer, que sem conflitos.
Desse modo, a superação dos conflitos se
dará mediante o esforço ingente oferecido pelo ser em evolução que se deixe
plenificar.
Livro:
Momentos de Consciência.
Joanna
de Ângelis / Divaldo Franco.
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