0387/LE
A verdadeira
fonte da simpatia não é precisamente a recordação de vidas anteriores; ela pode
advir de analogia de idéias. São pensamentos compatíveis que se entrelaçam uns
aos outros, servindo de canais para a amizade, no entanto, quando os laços são
muito fortes, isso é prova de que vêm de vidas passadas.
Não temos
simpatia somente por uma pessoa; ela pode crescer e atingir muitas almas encarnadas
e desencarnadas. Os Espíritos que acompanham os desencarnados quase sempre o
fazem pela simpatia. A própria obsessão é por sintonia de pensamentos. Quando
um dos envolvidos se modifica, o outro não tem mais razão de acompanhá-lo e
sente-se desligado por falta de afinidade.
O espírita que
assimila realmente a Doutrina dos Espíritos e que começa a modificar sua vida, encontra
com isso a simpatia de muitas almas, na carne e fora dela. Aquele que muda exteriormente,
cria predisposição para mudança interna. Quem se esforça para amar, encontra nos
seus caminhos pessoas da mesma natureza. Há uma citação nascida no oriente que
assim expressa: “Dize-me com quem andas, que te direi quem és”, porque atraímos
de conformidade com os nossos sentimentos.
No mundo
espiritual também, e bem mais que entre os homens, granjeamos amigos pela lei
de afinidade; onde nos interessamos a trabalhar, os que ali operam são nossos
semelhantes.
Quando nos
dispomos a conhecer Jesus, os que conhecem criam simpatia conosco, por vibrarmos
na mesma sintonia de vida. A fonte de simpatia começa com a nossa freqüência no
plano em que buscamos entender e servir.
Se começamos a
pensar nas inferioridades, entramos em comunhão com a sombra e passamos a viver
com ela. O Cristo veio ao mundo para nos ensinar a sintonizar com a Luz, e termos
simpatias com amor. A simpatia não tem somente uma fonte geradora: ela nasce
onde há semelhança de vida e compatibilidade de exemplos.
O Evangelho
começa a atuar em nossos corações, nos induzindo à indulgência para com os nossos
companheiros, da forma que o perdão nos apresenta. Devemos ponderar nossas
faltas, antes de vermos e propagarmos as faltas alheias. Nessa avaliação é que
sentimos paciência e tolerância de uns para com os outros, na certeza de que
todos somos irmãos e filhos do mesmo Pai.
Os Espíritos
afins se ligam por profunda simpatia, no entanto, podem se separar se alguns mudam
de idéia. A afinidade é lei de harmonia em todo universo de Deus. Apreciemos
pois, com bastante interesse, o que foi feito por Deus em todos os aspectos da
vida, que logo compreendemos a Sua magnânima vontade. Criemos uma fonte de
simpatia para com os benfeitores espirituais na ordem do amor, para que esse
amor se transforme em caridade na verdadeira fraternidade universal, que não
esquece a alegria pura, fonte de saúde e paz para todos os corações em ascensão
espiritual.
A simpatia de
luz é aquela que temos com o perdão, que gera alegria; é a que temos com indulgência,
que gera amizade; é a que temos com o trabalho, que gera conforto; é a que temos
com a benevolência, que gera tranqüilidade; é a que temos com amor, que gera felicidade.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VIII
João Nunes Maia
– Miramez
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
387. A simpatia
tem sempre por princípio um anterior conhecimento?
Não. Dois
Espíritos, que se ligam bem, naturalmente se procuram um ao outro, sem que se
tenham conhecido como homens.
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