0323/LE
As visitas aos
túmulos são manifestações exteriores, herdadas do primitivismo religioso das raças
e culturas, para a veneração a ancestrais e entes queridos que, à medida que a conscientização
da imortalidade do Espírito e a reencarnação se consolidam, pelo impositivo da
razão, vão caindo em desuso. Velhos credos continuarão a sofrer modificações, e
até mesmo caindo no esquecimento, pela força da lógica e do progresso, ainda
que nos dias atuais muitos sintam necessidade de se postarem diante das
edificações de mármore e alvenaria, para se sentirem mais próximos daqueles que
já partiram para a Pátria Verdadeira. É o estágio em que se posicionam.
A natureza é
excelente selecionadora, reunindo as pessoas do mesmo quilate espiritual e, guardadas
as exceções nos casos de Espíritos mais esclarecidos, os choros e apegos sempre
levam lembranças e sofrimentos à alma que regressou.
Na verdade, as
lembranças proveitosas e úteis aos que se foram serão melhores cultivadas através
das boas ações; a visita a enfermos e a encarcerados, a distribuição de
alimentos e roupas aos necessitados, em nome dos que partiram, os mantê-los-ão
envolvidos em vibrações benfazejas, favorecendo-os de alguma maneira, na
condição em que se encontrarem. Já dizia o Mestre: “deixai os mortos enterrarem
seus mortos”.
Neste assunto,
destacamos a importância do Culto do Evangelho no Lar. A sua prática muda o clima
espiritual do lar, de modo que os benfeitores passam a visitar com constância o
ambiente evangelizado, e nele agrupar Espíritos necessitados ou esclarecidos,
sofredores ou colaboradores e, entre eles, por que não os familiares e entes
queridos que, “passando” pelo túmulo, regressaram à Vida Maior?
Orações são
feitas para os mortos em templos, casas “santificadas”, muitas vezes como “ato santo”.
Não obstante, elas não salvam qualquer pessoa. O que salva, realmente, nos
ensina com lógica o Evangelho Segundo O Espiritismo, é a prática da Caridade.
Porém, a oração nos encaminha para essa dama de luz que nos mostra o rumo da
felicidade interna.
Quem ora com
Jesus sente o dever espiritual para com Deus e o próximo. Muitos dizem que não
devemos mudar o ato de levar flores aos túmulos, porque muitas famílias vivem
disso. Isso é uma desculpa nascida igualmente da ignorância. Quantas famílias vivem
de roubos, de assaltos e mesmo da morte de muitos? Devemos igualmente
concordar, porque os fora-da-lei usam o produto do erro para alimentar seus
filhos?
Para clarificar
a alma devemos lutar, e mesmo sofrer de todas as formas possíveis, mas sempre
no dever, na honra e na honestidade. As coisas externas não servem para acender
luzes nos Espíritos. Os rituais, os cultos exteriores e mesmos as reuniões
espíritas, pouco valerão, se as criaturas não mudarem interiormente.
Somente se salva
da ignorância quem procurar viver os preceitos do Evangelho, deixando nascer o
Cristo no coração, na santificação da caridade.
Jesus, ao deixar
vazio o túmulo, visitando os companheiros de apostolado e os estimulando nas
várias tarefas, definiu qual deve ser a nossa postura no que se refere a
homenagens aos que já partiram: onde estivermos buscando estender a mão àqueles
que sofrem, eles estarão conosco, sob a assistência amorosa do Mestre.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Comemoração dos
mortos. Funerais
323. A visita de
uma pessoa a um túmulo causa maior contentamento ao Espírito, cujos despojos
corporais aí se encontrem, do que a prece que por ele faça essa pessoa em sua
casa?
Aquele que
visita um túmulo apenas manifesta, por essa forma, que pensa no Espírito
ausente. A visita é a representação exterior de um fato íntimo. Já dissemos que
a prece é que santifica o ato da rememoração. Nada importa o lugar, desde que é
feita com o coração.
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