A incerteza,
quanto ao momento da ocorrência da morte, deve constituir para o homem a mais
séria advertência a respeito da transitoriedade do corpo físico. Dentro de
cinco minutos, através de uma parada cardíaca; de cinco anos, em um acidente de
veículo; ou de cinqüenta anos, por uma enfermidade de longo prazo, dolorosa,
ninguém sabe quando acontecerá o desprendimento da alma em relação à matéria.
Uma compleição
física, sadia, nem sempre compete com segurança ante uma organização frágil e
enfermiça, porquanto a primeira pode interromper-se, enquanto a outra, talvez,
permaneça desafiadora.
Um corpo
juvenil, atraente e promissor, cede campo para que fique um ser caquético,
deficiente físico e mental.
A criança rica
de energias deperece, ao tempo que o enfermo desenganado recupera-se...
*
O Espírito é o
que conta, no processo reencarnatório.
Os seus atos
pretéritos geram-lhe os mecanismos de prolongamento, ou abreviação da
vilegiatura carnal.
Nenhuma exceção,
porém, produzindo clima de privilégio, ante a morte.
As doenças
visitam ricos e pobres com a mesma indiferença; belos e deformados com igual
liberdade; moços e idosos de maneira equivalente; bons e maus com
naturalidade...
Decompõem-se os
corpos sob condições idênticas, nivelando-se as formas e assumindo os mesmos
critérios transformadores.
*
A mente,
refletindo o estado de evolução intelecto-moral, responde pela maneira como
cada pessoa enfrenta a vicissitude do desgaste e o fenômeno da morte.
Morrer, portanto,
é acontecimento inevitável.
Bem morrer ou
morrer bem, depende da conduta de cada indivíduo.
Aqueles que
vivem bem, desfrutam dos favores terrestres, nem sempre morrerão felizes.
Quantas pessoas
se deixaram desequilibrar pelos insucessos, que lhes cabia vencer, enfrentam a
morte em estado de desventura.
Somente quem
soube aplicar a patrimônio do tempo com eficiência, bem morre, libertando-se e
sendo ditoso.
*
Pensa na morte,
como te preocupas com a vida.
Harmoniza-te
ante a sua realidade, permanecendo preparado para a sua ocorrência.
Se forem breves
as teus dias terrestres, busca vivê-los com intensidade positiva e se te forem
longos as anos, utiliza-os com sabedoria.
Esta incerteza
de quando se dará e esta certeza de que a morte virá, são o díptico da vida
orgânica, na qual te movimentas.
Faze a luz do
discernimento íntimo com o Evangelho de Jesus e, seja em que situação for,
permanece em paz e feliz.
Livro: Momentos
de Coragem.
Joanna de
Ângelis / Divaldo Franco.
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