Reunião pública
de 27-2-61
1ª Parte, cap.
III, item 12
O Céu e o
Inferno – Allan Kardec.
Se alguém te
fala em descanso inútil depois da morte, pensa nos que sofrem por amor, na
experiência terrestre.
Indaga das mães
devotadas se teriam coragem de relegar os filhos delinqüentes à solidão da
masmorra...
Preferem chorar
na pocilga, trabalhando por eles, a morarem no paraíso com o peito rebentando
de lágrimas.
Pergunta aos
pais afetuosos se pediriam a força para os rebentos do próprio sangue,
comprometidos em débitos insolúveis...
Escolhem a
condição dos grilhetas, de modo a vê-los recuperados, renunciando aos prêmios
que a sociedade lhes destine à honradez.
Inquire da
esposa abnegada se deixaria o companheiro enredado à loucura, pra brilhar num
desfile de santidade...
Disputará as
vigílias no manicômio para servi-lo, fugindo aos louros da praça pública.
Interroga do
amigo verdadeiro se deixará o amigo confiante em dificuldade...
Aceitará
partilhar-lhe as provações, recusando os privilégios com que o mundo lhe acene.
***
Isso acontece na
Terra, onde o amor ainda se mistura ao egoísmo, qual o outro perdido na ganga
do solo.
Para além das
cinzas do túmulo, há paz de consciência e alegria profunda no dever nobremente cumprido,
mas, se te afeiçoas à bondade e à renúncia, poderás quanto quiseres continuar
auxiliando os entes amados, que aprendeste a venerar e querer, ou prosseguir
exaltando os ideais e as tarefas edificantes que abraças.
À medida que
penetramos os segredos do amor puro, vamos reconhecendo que ninguém pode ser realmente
feliz sem fazer a felicidade alheia no caminho em que avança.
O próprio
Criador determinou que a noite se cobrisse de estrelas e que o espinheiral se
levantasse recamado de rosas.
Trabalharemos e
sofreremos, assim, por amor, pelos séculos adiante, ajudando-nos uns aos outros
a erguer a felicidade de nosso nível, até que possamos entrar, todos juntos, na
suprema felicidade que consiste em nossa união com Deus para sempre.
Livro: Justiça
Divina.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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