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Não é o fato de
uma criança ter falecido em tenra idade que a faz pertencer ao reino dos anjos,
como de costume se fala em outras religiões. Ela se agrupa, depois da morte do
corpo físico, em esferas condizentes com o seu tamanho evolutivo, por suas
qualidades espirituais.
Ninguém faz
anjos; o que transforma o Espírito das trevas para a luz é a maturidade
espiritual, é o tempo, sob as bênçãos do Criador.
Pode acontecer
que o corpo de uma criancinha esteja sendo animado por um Espírito angélico,
assim como, em muitos casos anima uma criancinha um Espírito de condições inferiores.
Quando cresce, ele se denuncia, exteriorizando o que realmente é. È pela
vivência que reconhecemos quem se encontra animando esse ou aquele corpo, seja
da idade que for.
Conhecemos a
alma por suas qualidades, e essas qualidades as reconhecemos na vivência do dia
a dia..
Passamos por
diversas provas no cadinho da vida, e a vida nos educa como sendo filhos do seu
coração. Ela não se esquece de nos ministrar aulas a todos os momentos, pelos fios
do amor, conquanto esse amor pode nos vir por meios diferentes daqueles que esperamos.
As leis de Deus
são verdadeiras e iguais para todos os Seus filhos, porém, cada qual recebe sua
influência de acordo com a sua evolução. Certamente que um animal não pode receber
o mesmo tratamento que um ser humano, nem esse o de anjos. Contam nesse transe de
merecimento, as condições espirituais, os valores adquiridos. Eis a beleza da
vida, pagando o salário correspondente ao trabalhador.
Muitos, em
muitas religiões, acham que pela simplicidade das crianças, por não existirem
erros nos seus caminhos, por lhes faltar o tempo para errar, quando desencarnam
em tenra idade têm seguro seu lugar no céu. O céu é lugar de quem merece; ela,
a criança, não errou, mas também não acertou. Ainda mais, temos o fato da
reencarnação. A criança pode pertencer, na escala da vida, a uma posição
elevada. Se assim for, certamente que irá para o lugar a que fez jus, no
entanto, se ela ainda não adquiriu a tranqüilidade de consciência, tornará a
voltar à Terra ou a outro mundo para continuar sua jornada e viver experiências
que lhe trarão a felicidade.
A alma deve despertar
o que traz por dentro, e esse fato só ocorre no decorrer dos milênios sem
conta. Não poderia ser de outra forma, pois todos passam por esses processos, obedecendo
à justiça do Criador. Se alguns Espíritos saíssem das mãos do Pai já com todas as
condições de permanecerem nos céus, e outros passassem por provas e tropeços,
onde estaria o Amor? A razão nos diz o contrário: todos têm os mesmos direitos
e deveres, e os que estão à frente, saíram pelos caminhos da vida primeiro.
Quem saiu depois, também chegará ao porto seguro desfrutando do amor que semeou
na imensa lavoura do tempo.
Cuidemos das
crianças sem nos esquecermos dos idosos, porque já participamos destes estágios
e voltaremos a ele no momento em que o Senhor achar conveniente. Se plantamos
educação nas diretrizes do amor, colheremos paz na plenitude da verdade.
Livro: Filosofia
Espírita. Vol. IV.
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
Sorte das
crianças depois da morte
198. Não tendo
podido praticar o mal, o Espírito de uma criança que morreu em tenra idade
pertence a alguma das categorias superiores?
Se não fez o
mal, igualmente não fez o bem e Deus não o isenta das provas que tenha de
padecer. Se for um Espírito puro, não o é pelo fato de ter animado apenas uma
criança, mas porque já progredira até a pureza.
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