Além da simpatia
geral, oriunda da semelhança que entre eles exista, votam-se os Espíritos
recíprocas afeições particulares?
Do mesmo modo
que os homens, sendo, porém, que mais forte é o laço que prende os Espíritos
uns aos outros, quando carentes de corpo material, porque então esse laço não
se acha exposto às vicissitudes das paixões.
A integração de
duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de
namoro que se traduz por suave encantamento. Dois seres descobrem um no outro,
de maneira imprevista, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se
desenvolve o processo de atração. O assunto consubstanciaria o que seria lícito
nomear como sendo um “doce mistério” se não faceássemos nele as realidades da
reencarnação e da afinidade. Inteligências que traçaram entre si a realização
de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual, criaturas que já partilharam
experiências no campo sexual em estâncias passadas, corações que se
acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras, ou almas inesperadamente
harmonizadas na complementação magnética, diariamente compartilham as emoções
de semelhantes encontros, em todos os lugares da Terra.
Positivada a
simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio. Acontece, porém, que
diminuta é, ainda, no Planeta, a percentagem de pessoas, em qualquer idade
física, habilitadas a pensar em termos de auto-análise, quando o instinto
sexual se mães derrama do ser.
Estudiosos do
mundo, perquirindo a questão apenas no “lado físico”, dirão talvez tão somente
que a libido entrou em atividade com o seu poderoso domínio e, obviamente,
ninguém discordará, em tese, da afirmativa, atentos que devemos estar à
importância do impulso criativo do sexo, no mundo psíquico, para a garantia e
perpetuação da vida no Planeta. É imperioso anotar, entretanto, em muitos
lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas
inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das
existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão
no futuro lar, cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados,
inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou
compromissos na paternidade e na maternidade, namorados esses que então se
matriculam na escola de laboriosas responsabilidades. Isso porque a doação de
si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não os exonera
dos vínculos cármicos para com os seres que trazem à luz do mundo, em cuja
floração, aliás, se é verdade que recolherão trabalho e sacrifício, obterão
também valiosa colheita de experiência e ensinamento para o futuro, se
compreenderem que a vida paga em amor todos aqueles que lhe recebem com amor as
justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.
Livro: Vida e
Sexo.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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