terça-feira, 10 de junho de 2014

A MESTRA DIVINA - Emmanuel

 "Estai, pois, firmes..." - PAULO (Efésios, 6:14.).
 Arrancando-nos ao reduto da delinqüência, e arrebatando-nos ao inferno da culpa, a que descemos pelo desvario da própria vontade, concede-nos o Senhor a mestra divina, que, apoiada no tempo, se converte na enfermeira de nossos males e no anjo infatigável que nos ampara o destino.
 Paciente e imperturbável, devolve-nos todos os golpes com que dilaceramos o corpo da vida, para que não persistamos na grade do erro ou nos cárceres do remorso.
 Aqui, modela berços entre chagas atrozes com que nos restaura os desequilíbrios do sentimento, ali traça programas reparadoras entre os quais padecemos no próprio corpo as feridas que abrimos no peito dos semelhantes.
 Agora, reúne laços do mesmo sangue ferrenhos adversários que se digladiavam no ódio para que se reconciliem por intermédio de prementes obrigações, segundo os ditames da natureza; depois constrange à carência aflitiva, no lar empobrecido e doente, quantos se desmandaram nos abusos da avareza e da ambição sem limites, a fim de que retornem ao culto da verdadeira fraternidade.
 Hoje, refaz a inteligência transviada nas sombras, pelo calvário da idiotia, amanhã, recompõe com o buril de moléstias ingratas a beleza do espírito que os nossos desregramentos no corpo transformam tantas vezes em fealdade e ruína.
 Aqui corrige, adiante esclarece, além reajusta, mais além aprimora.
 Incansável na marcha, cria e destrói, para reconstruir ante as metas do bem eterno, usando aflição e desgosto, desencanto e amargura, para que a paz e a esperança, a alegria e a vitória nos felicitem mais tarde, no santuário da experiência.
 Semelhante gênio invariável e amigo é a dor benemérita, cujo precioso poder sana todos os desequilíbrios e problemas do mal.
 Recordemos: no recinto doméstico ou na estrada maior, ante os amigos e os desafetos, na jornada de cada dia quando visitados pela provação que nos imponha suor e lágrimas, asserenemos o próprio espírito e, sorrindo para o trabalho com que a dor nos favorece, agradecemos a dificuldade, aceitando a lição.
Livro: Ceifa de Luz.
Emmanuel / Chico Xavier.
 

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