"Estai, pois, firmes..." - PAULO (Efésios, 6:14.).
Arrancando-nos ao reduto da delinqüência, e
arrebatando-nos ao inferno da culpa, a que descemos pelo desvario da própria
vontade, concede-nos o Senhor a mestra divina, que, apoiada no tempo, se
converte na enfermeira de nossos males e no anjo infatigável que nos ampara o
destino.
Paciente e imperturbável, devolve-nos todos os
golpes com que dilaceramos o corpo da vida, para que não persistamos na grade
do erro ou nos cárceres do remorso.
Aqui, modela berços entre chagas atrozes com
que nos restaura os desequilíbrios do sentimento, ali traça programas
reparadoras entre os quais padecemos no próprio corpo as feridas que abrimos no
peito dos semelhantes.
Agora, reúne laços do mesmo sangue ferrenhos
adversários que se digladiavam no ódio para que se reconciliem por intermédio
de prementes obrigações, segundo os ditames da natureza; depois constrange à
carência aflitiva, no lar empobrecido e doente, quantos se desmandaram nos
abusos da avareza e da ambição sem limites, a fim de que retornem ao culto da
verdadeira fraternidade.
Hoje, refaz a inteligência transviada nas
sombras, pelo calvário da idiotia, amanhã, recompõe com o buril de moléstias
ingratas a beleza do espírito que os nossos desregramentos no corpo transformam
tantas vezes em fealdade e ruína.
Aqui corrige, adiante esclarece, além
reajusta, mais além aprimora.
Incansável na marcha, cria e destrói, para
reconstruir ante as metas do bem eterno, usando aflição e desgosto, desencanto
e amargura, para que a paz e a esperança, a alegria e a vitória nos felicitem
mais tarde, no santuário da experiência.
Semelhante gênio invariável e amigo é a dor
benemérita, cujo precioso poder sana todos os desequilíbrios e problemas do
mal.
Recordemos: no recinto doméstico ou na estrada
maior, ante os amigos e os desafetos, na jornada de cada dia quando visitados
pela provação que nos imponha suor e lágrimas, asserenemos o próprio espírito
e, sorrindo para o trabalho com que a dor nos favorece, agradecemos a dificuldade,
aceitando a lição.
Livro: Ceifa de
Luz.
Emmanuel / Chico
Xavier.
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