0397/LE.
Temos em nós
todas as portas do passado, e as chaves que abrem essas entradas se encontram
nos segredos da evolução espiritual. Elas são capazes de nos mostrar as vidas
que tivemos, que denominamos de reencarnações. Nos mundos mais atrasados que a
Terra, são difíceis as lembranças, por não trazerem lições benfeitoras para as
criaturas neles estagiadas, ao passo que, em mundos superiores, essas
lembranças são freqüentes, impulsionando os Espíritos para saldar seus deslizes
do pretérito.
A evolução fala
alto neste esquema de recordação do passado; o Espírito envolvido em paixões
inferiores sente-se mal ao recordar vidas que ficaram no esquecimento e que vêm
à tona por processos sutis, de maneira que fala no silêncio sem ofender o
devedor e cobra de quem deve com educação, por vezes levando o devedor a todos os
sacrifícios para saldar sua conta.
As portas do
passado são muitas, quase podemos dizer, incontáveis. Elas vão se abrindo de acordo
com o nosso despertamento espiritual, e aí encontramos a nós mesmos, achando registrado
o que fizemos em épocas recuadas, mas é preciso preparo pára a devida leitura.
As portas vão se abrindo passo a passo, mostrando-nos a verdade que pode nos
tornar livres. As lembranças, para os Espíritos elevados, são mais nítidas, e
sempre correspondem à realidade.
Certos
espiritualistas conhecem a reencarnação e a sua utilidade em favor da evolução
da alma, entretanto, desconhecem os seus pormenores no campo da ciência. A
Doutrina Espírita descreve com desembaraço o que ocorre com o reencamante em
todos os seus aspectos, de maneira que, conhecendo essa verdade, certificamos
mais das belezas da vida imortal.
Com relação à
mediunidade, ela não consiste somente em o Espírito se comunicar com o médium;
o Espiritismo faculta ao leitor os meios de conhecer como se dá a comunicação
entre os dois mundos. A faculdade mediúnica tem enriquecido, e muito, a
literatura espiritualista no mundo, com dissertações valiosas no conhecimento
dos arcanos da vida. O passado do homem na Terra ainda se encontra escondido,
faltando a este o preparo para saber com paciência, sem alterar sua vida.
No futuro, as
lembranças do passado vão ser mais claras, como se recordássemos o que se passou
ontem conosco, dependendo da nossa vontade. Mas, por agora, é bom que fique mesmo
no esquecimento, vibrando somente nas fibras mais sutis, no sentido de
entendermos com suavidade, dentro das nossas convicções. Para que tenhamos
êxito, procuremos Jesus e amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como
a nós mesmos, que o resto virá por acréscimo de misericórdia. Não tenhamos medo
de fazer o bem; procuremos aliviar o nosso fardo pelos processos do amor, e o
nosso jugo pelos processos da caridade. Jesus é a própria caridade, a nos
induzir para todos os lados onde a felicidade se nos apresenta como tal.
À medida que o
corpo se torna mais fluídico, as lembranças são mais visíveis para a consciência
em oração. O Cristo não Se esquece de Suas ovelhas a caminho, e está sempre junto
a elas, ofertando-lhes água e alimento espiritual para saciar todas as
necessidades da alma. Lembrar é sublime operação, e saber lembrar é divina ciência,
quando se tem a ciência de Deus na consciência, e Cristo no coração.
Livro: Filosofia
Espírita – Volume VIII
Miramez / João
Nunes Maia.
Estudando O
Livro dos Espíritos – Allan Kardec.
397. Nas
existências corpóreas de natureza mais elevada do que a nossa, é mais clara a
lembrança das anteriores?
Sim, à medida
que o corpo se torna menos material, com mais exatidão o homem se lembra do seu
passado. Esta lembrança, os que habitam os mundos de ordem superior a têm mais
nítida.
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